quinta-feira, 18 de setembro de 2025

São José de Cupertino, o padroeiro dos estudantes - 18 de setembro

 

São José de Cupertino, o padroeiro dos estudantes

Origens

Quando José Maria Desa nasceu, em 17 de junho de 1603, na cidadezinha de 

Cupertino, na província italiana de Lecce, sua família não levava uma vida fácil. Seu 

pai, Félix, foi envolvido na falência financeira de um conhecido, a quem havia 

emprestado dinheiro, acabando na miséria. Por isso, José veio ao mundo em uma 

estrebaria, como Jesus, e, desde criança, teve de arregaçar as mangas para contribuir

 com as despesas de casa, trabalhando em uma venda. 

São José de Cupertino até começou a ir à escola, mas foi acometido por uma úlcera 

gangrenosa, que o obrigou a deixar os estudos por cinco anos. Sua mãe, Francisca

 Panaca, mulher forte e vigorosa, tentou dar-lhe uma formação básica, mediante a 

narração da vida dos Santos, como a de São Francisco. Assim, amadureceu em José

 o desejo de seguir e imitar a vida do “Pobrezinho de Assis”.

Franciscanos

Aos 16 anos, pediu para entrar na Ordem dos Frades Franciscanos Conventuais, no 

convento da “Grottella”. Entretanto, a sua pouca formação escolar não o ajudou, sendo

 obrigado a voltar à sua vida de antes. Com o tempo, São José de Cupertino dirigiu-se 

aos Franciscanos Reformados e, depois, aos Capuchinhos de Martina Franca, mas a 

resposta era sempre a mesma: pouca instrução, além das suas primeiras 

manifestações de êxtase, durante as quais deixava cair tudo das mãos, que o tornaram

 inadequado para a vida comunitária. 

Neste ínterim, o Supremo Tribunal de Nápoles estabeleceu que, ao se tornar maior de

 idade, José devia trabalhar, sem remuneração, até pagar toda a dívida do pai, já

 falecido. Diante de tal sentença, que na verdade era uma verdadeira escravidão, o

 jovem voltou a pedir para entrar no convento de “Grottella”. Os Frades levaram a 

sério a sua situação e o ajudaram a fazer um verdadeiro percurso de estudos. 

Sacerdócio milagroso

Entre milhares de dificuldades, mas graças à sua grande força de vontade, chegou a 

hora de enfrentar o exame para o Diaconato. Ali, realizou-se um prodígio: José 

conhecia a fundo apenas uma passagem do Evangelho, precisamente aquela que,

 por acaso, o Bispo examinador lhe pediu para comentar. Um acontecimento 

extraordinário semelhante deu-se, novamente, três anos depois, durante o exame 

para o Sacerdócio: o Bispo interrogou alguns candidatos e, achando-os

 particularmente preparados, estendeu a admissão ao Sacerdócio a todos os outros

 candidatos. Enfim, em 1628, José foi ordenado sacerdote.

“Irmão burro” e dom de ciência infusa

A humildade de São José de Cupertino, porém, permaneceu proverbial: ciente das 

suas limitações culturais, nunca renunciava aos trabalhos manuais mais simples, 

chegando até a se apelidar “Irmão burro”; no entanto, dedicava-se ao serviço dos mais

 pobres. José viveu seu amor à Igreja de forma incondicional: colocou Cristo ao centro

 da sua vida e tinha uma profunda devoção a Maria, Mãe de Deus. Contudo, quem o

 ouvia falar reconhecia nele a luz de uma teologia madura, com a qual fazia debates

 profundos: era o dom da ciência infundida (Deus que revela o conhecimento ao

 homem), que o tornou um grande sábio.

Êxtases e levitações

No entanto, se acentuavam em José os fenômenos de êxtases e levitações, sobretudo

 quando pronunciava os nomes de Jesus e Maria. Tais episódios não passaram 

despercebidos à Inquisição de Nápoles, que o convocou para saber se o jovem de

 Cupertino estivesse abusando ou não da credulidade popular. E, precisamente, diante

 dos Juízes, reunidos no Mosteiro de São Gregório Armênio, José teve uma levitação.

 Por isso, foi absolvido de todas as acusações, mas o Santo Ofício o obrigou ao 

isolamento, longe das multidões.

O ponto mais alto: a Eucaristia 

Desta forma, o futuro Santo passou de um convento ao outro – Roma, Assis, 

Pietrarubbia, Fossombrone – até chegar a Ósimo, perto de Ancona. Finalmente, ao 

chegar ali, em 1656, por ordem do Papa Alexandre VII, encontrou a paz. De fato, ali 

permaneceu sempre até a morte, levando sempre uma vida humilde, ao serviço do

 próximo e em colóquio pessoal com Deus, que culminava na celebração Eucarística.

Páscoa

São José de Cupertino faleceu, em 18 de setembro de 1663, aos 60 anos. Bento XIV

 o beatificou, em 1753, e Clemente XIII o canonizou em 16 de julho de 1767. Hoje, 

seus restos mortais descansam em uma urna de bronze dourado, na cripta da igreja

de Ósimo, a ele dedicada. Foi construído também um Santuário, em sua homenagem, 

em Cupertino, sobre a estrebaria onde o Santo nasceu.

Padroeiro dos Estudantes

“Capacidade de voar, com a mente e com o corpo”: eis a chave estilística, que

 caracterizava a vida de São José de Cupertino. No entanto, apesar das suas 

dificuldades nos estudos, recebeu o dom da ciência infundida e momentos de êxtase 

com levitações. Isso tornou-o padroeiro dos estudantes e universitários. 

Minha oração

“Tu, que alcançastes as mais altas ciências, não pela via intelectual, mas sim pelas

 vias místicas, ajudai-nos nos nossos estudos e no desejo mais sincero de conhecer a

 Deus. Ensinai-nos a descobrir em Jesus o caminho da sabedoria. Amém!”

São José de Cupertino, rogai por nós!

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 7,36-50

 Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 

7,36-50

Naquele tempo,

um fariseu convidou Jesus
para uma refeição em sua casa.
Jesus entrou na casa do fariseu e pôs-se à mesa.

Certa mulher, conhecida na cidade como pecadora,
soube que Jesus estava à mesa, na casa do fariseu.
Ela trouxe um frasco de alabastro com perfume,

e, ficando por detrás, chorava aos pés de Jesus;
com as lágrimas começou a banhar-lhe os pés,
enxugava-os com os cabelos,
cobria-os de beijos e os ungia com o perfume.

Vendo isso, o fariseu que o havia convidado
ficou pensando:
"Se este homem fosse um profeta,
saberia que tipo de mulher está tocando nele,
pois é uma pecadora".

Jesus disse então ao fariseu:

"Simão, tenho uma coisa para te dizer".
Simão respondeu:
"Fala, mestre!"

"Certo credor tinha dois devedores;
um lhe devia quinhentas moedas de prata,
o outro cinquenta.

Como não tivessem com que pagar,
o homem perdoou os dois.
Qual deles o amará mais?"

Simão respondeu:
"Acho que é aquele ao qual perdoou mais".
Jesus lhe disse:
"Tu julgaste corretamente".

Então Jesus virou-se para a mulher
e disse a Simão:
"Estás vendo esta mulher?
Quando entrei em tua casa,
tu não me ofereceste água para lavar os pés;
ela, porém, banhou meus pés com lágrimas
e enxugou-os com os cabelos.

Tu não me deste o beijo de saudação;
ela, porém, desde que entrei,
não parou de beijar meus pés.

Tu não derramaste óleo na minha cabeça;
ela, porém, ungiu meus pés com perfume.

Por esta razão, eu te declaro:

os muitos pecados que ela cometeu estão perdoados

porque ela mostrou muito amor.
Aquele a quem se perdoa pouco mostra pouco amor".

E Jesus disse à mulher:
"Teus pecados estão perdoados".

Então, os convidados começaram a pensar:

"Quem é este que até perdoa pecados?"

Mas Jesus disse à mulher:
"Tua fé te salvou. Vai em paz!"

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

São Roberto Bellarmino, bispo, cardeal e doutor da Igreja - 17 de setembro

 

São Roberto Bellarmino, bispo, cardeal e doutor da Igreja

Origens

Nascido em 4 de outubro de 1542, em Montepulciano, perto de Siena, São Roberto

 Bellarmino era filho dos nobres empobrecidos Vincenzo Bellarmino e Cinzia Cervini, 

que era irmã do Papa Marcelo II. Ele teve uma excelente educação humanista antes 

de entrar na Companhia de Jesus em 20 de setembro de 1560. Os estudos em filosofia

 e teologia, que realizou entre o Colégio Romano, Pádua e Louvain, centraram-se em 

São Tomás e os padres da Igreja, foram decisivos para sua orientação teológica. 

Ordenado sacerdote em 25 de março de 1570.

Professor e Orientador da Fé

São Roberto Bellarmino foi professor de teologia em Louvain por alguns anos.

 Posteriormente, chamado à Roma como professor do Colégio Romano, foi-lhe 

confiada a cátedra de “Apologética”; na década em que ocupou esse cargo 

(1576-1586), elaborou um curso de lições que, mais tarde, se fundiu na Controversiae

 , obra que imediatamente se tornou famosa pela clareza e riqueza de conteúdo e 

pelo viés predominantemente histórico. O Concílio de Trento acabava de terminar, e

 para a Igreja Católica era necessário fortalecer e confirmar sua identidade também 

em relação à Reforma Protestante. A ação do Bellarmino se insere nesse contexto. 

De 1588 a 1594, foi o primeiro pai espiritual dos alunos jesuítas do Colégio Romano,

 entre os quais conheceu e dirigiu São Luís Gonzaga, e, mais tarde, superior religioso.

 O Papa Clemente VIII o nomeou teólogo pontifício, consultor do Santo Ofício e reitor

 do Colégio das Penitenciárias da Basílica de São Pedro. Seu catecismo, Breve 

Doutrina Cristã , que foi sua obra mais popular, remonta ao biênio 1597-1598.

Cardeal 

Em 3 de março de 1599, foi criado cardeal pelo Papa Clemente VIII e, em 18 de março

 de 1602, foi nomeado arcebispo de Cápua. Recebeu a ordenação episcopal em 21 de

 abril do mesmo ano. Nos três anos em que foi bispo diocesano, destacou-se pelo zelo

 de pregador em sua catedral, pela visita semanal às paróquias, pelos três sínodos

 diocesanos e por um conselho provincial ao qual deu vida. Depois de ter participado 

dos conclaves que elegeram o Papa Leão XI e Paulo V, foi chamado a Roma, onde foi

 membro das Congregações do Santo Ofício, do Índice, dos Ritos, dos Bispos e da 

Propagação da Fé. Ele também teve cargos diplomáticos, com a República de Veneza

 e Inglaterra, em defesa dos direitos da Sé Apostólica. 

Páscoa

São Roberto Bellarmino, em seus últimos anos, compôs vários livros sobre

 espiritualidade, nos quais condensou o fruto de seus exercícios espirituais anuais. 

Ao lê-los, o povo cristão ainda hoje recebe grande edificação. Morreu em Roma em 

17 de setembro de 1621. O Papa Pio XI o beatificou em 1923, o canonizou em 1930 

e o proclamou Doutor da Igreja em 1931.

Minha oração

“Grande santo professor e apologista, educa-nos no caminho da fé, livrai-nos das

 heresias e leva-nos ao conhecimento mais profundo de Jesus Cristo Nosso Senhor. 

Por meio da tua intercessão, confiamos a Santa Igreja, Cardeais e Bispos, para que 

sejam modelos do Bom Pastor. Amém!”

São Roberto Bellarmino, rogai por nós!