terça-feira, 11 de março de 2025

Santos Marcos Chong e Aleixo Se-yong, - 11 de março

 

Santos Marcos Chong e Aleixo Se-yong, decapitados por seus parentes coreanos

Igreja que nasce no martírio
A história da Igreja é repleta de relatos de mártires, dentre eles, há uns mais 

conhecidos do que outros. Alguns nomes, como São Sebastião e Santa Luzia, são 

comuns entre os católicos. Outros mais recentes, como São Maximiliano Maria Kolbe,

 também são mais populares. Mas este texto pretende apresentar a você dois santos

 mártires, desconhecidos por muitos brasileiros, que, ao lado de outros, se tornaram

 verdadeiras bases da Igreja no Oriente: santos mártires Marcos Chong Ui-bae,

 catequista; e Aleixo U Se-yong, seu catequizando.

Fé na Coreia
Por causa da fé cristã, os dois foram ultrajados e flagelados pelos próprios parentes na

 Coreia em 1866. A oferta de vida deu origem à fé cristã na Coreia, que começa dois

 séculos antes, com a iniciativa de alguns leigos. O desenvolvimento das primeiras 

comunidades foi solidificado apenas no século XIX, com a chegada dos primeiros 

missionários vindos da França. 

Mergulhando na vida dos mártires chineses
Poucos anos antes, nascia Marcos Chong Ui-bae. Filho de uma família pagã da

 nobreza local, Marcos se tornou professor, se casou e ficou viúvo. Foi aí que se sentiu

 tocado pelo testemunho de dois sacerdotes católicos martirizados: a alegria dos 

padres, mesmo diante da tortura, fez com que o jovem coreano se interessasse pelo 

catolicismo, a ponto de pedir o Batismo pouco tempo depois.

Santos Marcos Chong e Aleixo Se-yong: a vivência cristã

Vivência cristã
Catequista, aderiu a uma vida de pobreza e austeridade, ao lado da esposa, também 

cristã, se dedicou à caridade, prestando serviços aos doentes e aos órfãos, chegando 

a adotar uma criança. Mas seu testemunho não foi o suficiente para conter a onda de 

perseguições que surgia contra os cristãos. Marcos chegou a ajudar muitos católicos a

 deixar a Coreia, mas decidiu permanecer no próprio país.

O encontro
Conheceu um jovem, enviado pelo então bispo São Simeão Berneux, para ser 

catequizado: Aleixo U Se-Yong. Também oriundo de uma família rica, Aleixo

 rapidamente aceitou a pregação do Evangelho realizada por Marcos e se tornou

cristão, abandonando a família que não aceitava aquela conversão, a ponto de

 ameaças e agressões físicas. Anos depois, fruto de sua intercessão, 20 membros de

 sua família aceitariam se tornarem cristãos.

A Perseguição e Negação

Perseguição
A perseguição contra os cristãos continuava: de um lado, o confucionismo, religião

 oficial do Estado, e, de outro, as tradições de veneração de ancestrais. Marcos 

Chong Ui-bae é preso. Seus algozes tentam em vão que ele denuncie outros católicos;

 Marcos oferece nomes de cristãos que já haviam morrido, em sinal do seu amor aos

 irmãos e sua fidelidade a Cristo. A Igreja relata que foi Aleixo quem se empenhou na

 tradução do Catecismo e de outros textos católicos para o idioma coreano. 

Negou e arrependeu-se profundamente
Ao saber da prisão daquele que o havia catequizado, resolve negar a fé cristã e participa

 de um linchamento de um catequista. À semelhança de São Pedro, é irremediavelmente

 tomado por um arrependimento profundo de seus atos, resolve visitar um bispo na 

prisão, recebe o perdão dos pecados, mas acaba cativo, onde permaneceu firme na fé.

O Martírio e os Cristãos na Coreia

Decapitados em fidelidade a Deus
Em 11 de março de 1866, Marcos, aos 70 anos, e Aleixo, aos 19, caminharam juntos em

 direção ao martírio, quando foram decapitados, pelos próprios parentes. Os dois foram 

beatificados 102 anos depois, pelo Papa Paulo VI, e canonizados em 6 de maio de

 1984, pelo Papa João Paulo II, ao lado de outros 93 mártires coreanos e 10 padres

 franceses. As estimativas é que cerca de 10 mil católicos coreanos foram martirizados

 no primeiro século de vida da Igreja naquele país. Em 2014, o Papa Francisco beatificou

 outros 124 coreanos, vítimas do martírio. 

Os cristãos hoje na Coreia
Não há como não vincular o avanço da evangelização na Coreia do Sul à fé provada ao 

limite do martírio de homens, como São Marcos Chong Ui-bae, catequista, e São Aleixo

 U Se-yong. Hoje, a Coreia do Sul vê um considerável aumento no número de católicos

. Segundo o relatório do Catholic Pastoral Institute of Korea, em 2018, os católicos 

sul-coreanos eram 5.866.510, enquanto que, em 1999, eram 3.946.844. Uma alta de

 48,9%. Neste período de tempo, a porcentagem de católicos do país passou de 8,3% 

a 11,1%.

Reflexão e Oração

Lição para a vida pessoal
O que se aprende com esses dois santos? Em primeiro lugar, assim como na história de

 todos os mártires, a inegável fidelidade a Cristo e ao seu Evangelho. Ainda que São

 Aleixo tenha apostatado, ciente do erro que havia cometido, volta confiante na 

misericórdia divina à comunhão da Igreja e da fé. Com eles também aprende-se que

 a pertença é inegociável, mesmo que, quando quem exige uma negação são os mais 

próximos. Mais que isso, ensinam a não desistir daqueles que perseguem, colocando

 em prática o ensino de Jesus de orar sem cessar por aqueles.

Minha oração
“Senhor Jesus, que o testemunho de São Marcos Chong Ui-bae, catequista, e São Aleixo

 U Se-yong, de terras e épocas tão diferentes das nossas, anime o nosso coração à

 busca contínua do amor e fidelidade a Jesus, sabendo que, com a nossa adesão 

radical ao Evangelho, outros também serão alcançados — na nossa família, na nossa 

cidade, no nosso país —, ainda que isto seja pago com o preço da nossa própria vida.

 Amém!”

Santos Marcos Chong e Aleixo Se-yong, rogai por nós!

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