segunda-feira, 4 de novembro de 2024

São Carlos Borromeu, o reorganizador da Igreja Católica - 04 de novembro

 

São Carlos Borromeu, o reorganizador da Igreja Católica

Origens 

Carlos, da ilustre família Borromeu, nasceu em 2 de outubro de 1538, em Arona, Itália.

 O menino revelou ótimo talento e uma inteligência rara. Ao lado dessas qualidades,

 manifestou forte inclinação para a vida religiosa, pela piedade e pelo temor a Deus.

Ainda criança, era seu prazer construir altares minúsculos, diante dos quais, em

 presença dos irmãos e companheiros de idade, imitava as funções sacerdotais que 

tinha observado na Igreja. O amor à oração e o aborrecimento aos divertimentos

 profanos eram os sinais mais positivos da vocação sacerdotal.

O Sacerdócio e a Reorganização da Igreja Católica
O ano de 1562 veio a Carlos a graça do sacerdócio. No silêncio da meditação, Carlos

 lançou planos grandiosos para a reorganização da Igreja Católica. Esses todos se 

concentraram na ideia de concluir o Concílio de Trento. De fato, era o que a Igreja 

mais necessitava, como base e fundamento da renovação e consolidação da vida 

religiosa. 

Carlos, sem cessar, chamava a atenção do seu tio (que era Cardeal e foi eleito Papa,

 com o nome de Pio IV) para essa necessidade, reclamada por todos os amigos da

 Igreja. De fato, o Concílio se realizou, e Carlos quis ser o primeiro a executar as

ordens da nova lei, ainda que, por essa obediência, tivesse de deixar sua posição

para ocupar outra inferior.

São Carlos Borromeu: dom da Caridade  

A Caridade que abre corações
São Carlos sabia muito bem que a caridade abre os corações também à religião. 

Por isso, grande parte de sua receita pertencia aos pobres, reservando para si só o 

indispensável. Heranças ou rendimentos que lhe vinham dos bens de família,

 distribuía-os entre os desvalidos. Tudo isso não aguenta comparação com as obras 

de caridade que o Arcebispo praticou. Quando, em 1569-1570, a fome e uma 

epidemia, semelhante à peste, invadiram a cidade de Milão, não tendo mais o que

 dar, pedia ele próprio esmolas para os pobres e abria assim fontes de auxílio que 

teriam ficado fechadas.

Consolava os Pobres
Quando, porém, em 1576, a cidade foi atingida pela peste e o povo abandonado

 pelos poderes públicos, visto que ninguém se compadecia do povo, ainda procurava 

os pobres doentes dos quais ninguém lembrava, consolava-os e dava-lhes os santos

 sacramentos.

Tendo-se esgotado todas as fontes de recurso, Carlos lançou mão de tudo o que 

possuía para amenizar a triste sorte dos doentes. Mais de cem sacerdotes tinham

 pago com a vida, na sua dedicação e serviço aos doentes. Deus conservava a vida 

do Arcebispo, e esse se aproveitou da ocasião para dizer duras verdades aos ímpios

 e ricos esquecidos de Deus.

Encontro com o Papa
Gregório XIII não só rejeitou as acusações infundados feitas ao Arcebispo, como

 também recebeu Carlos Borromeu em Roma, com as mais altas distinções. Em

 resposta a esse gesto do Papa, o governador de Milão organizou, no primeiro 

domingo da Quaresma de 1579, um indigno préstito carnavalesco pelas ruas de 

Milão, precisamente à hora da missa celebrada pelo Arcebispo. 

São Carlos Borromeu possui um coração bondoso com os 

malfeitores

O mesmo governador, que tanta guerra ao Prelado movera e tantas hostilidades

 contra São Carlos estimulara, no leito de morte, reconheceu o erro e teve o consolo 

da assistência do santo Bispo na hora da agonia. Seu sucessor, Carlos de Aragão,

 duque de Terra Nova, viveu sempre em paz com a autoridade eclesiástica. O 

Arcebispo gozou desse período só dois anos.

Páscoa

Quando, em outubro de 1584, como era de costume, retirara-se para fazer os 

exercícios espirituais, teve fortes acessos de febre, aos quais não deu importância e

 dizia: “Um bom pastor de almas deve saber suportar três febres, antes de se meter 

na cama”. Os acessos renovaram-se e consumiram as forças do Arcebispo. Ao

 receber os santos sacramentos, expirou aos 03 de novembro de 1584. Suas últimas

 palavras foram: “Eis Senhor, eu venho, vou já”. São Carlos Borromeu tinha alcançado a idade de 46 anos.

Via de Santificação

Foi beatificado em 1602, por Clemente VIII e, depois, canonizado em 1610, por

 Paulo V,  que fixou a festa do santo para o dia 4 de novembro. A grande influência 

de São Carlos Borromeu, pelo que realizou em Milão, serviu de exemplo para que a 

reforma da Igreja acontecesse em muitos outros países, no espírito do Concílio de Trento. 

Minha oração

“ Óh, grande bispo, que, na tua sabedoria, soubeste organizar a Igreja e adequá-la 

ao tempo, dai a mesma sabedoria aos nossos bispos e responsáveis para que 

sejamos sempre atuantes na sociedade e propagadores do evangelho como grande 

obra de caridade. Por Cristo, nosso Senhor. Amém. ”

São Carlos Borromeu, rogai por nós!

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