São Bernardino de Sena - Presbítero e Franciscano
. BERNARDINO DE SENA, PRESBÍTERO FRANCISCANO 20 maio S. Bernardino de Sena, século
XVS. Bernardino de Sena, século XV As suas Pregações populares eram um fenômeno
de massa: Gênova, Milão, Veneza, Roma. Multidões eram atraídas por um frade
franzino, capaz de explicar o Evangelho na língua do povo. Fazia vibrar o
coração seja de um Papa seja de uma dona de casa, utilizando piadas fogosas para
iluminar a fé. Bernardino era um fenômeno coletivo; ele antecipou muito os
tempos – viveu na primeira metade do século XV - a ponto de a sua eloquência
chegar a estimular até invenções "tecnológicas", como o uso de bandeirinhas,
para saber qual a direção do vento, a fim de posicionar os palanques de onde
falava, para que o povo não perdesse nenhuma de suas palavras. A peste e o saio
Antes de tornar-se um arrebatador de multidões, Bernardino tinha vivido de modo
bastante retirado. Ainda jovem doutor em Filosofia e Direito – no início tinha
"alergia" pela ideia de ser religioso – mudou de ideia quando Sena, onde viveu
como pequeno órfão, foi atingida pela peste. Transcorria o ano 1400. Bernardino
tinha apenas 20 anos de idade, mas, há dois anos já fazia parte da Irmandade dos
Disciplinados de Santa Maria da Scala, uma companhia de jovens flageladores. Com
eles, por quatro meses, prestou ajuda aos doentes, contraindo a infecção. Porém,
conseguiu se salvar. Esta experiência foi marcante para ele, a ponto de optar
entrar para uma Ordem religiosa. De fato, entrou, como noviço, em 1402, a fazer
parte da Comunidade dos Franciscanos; após certo tempo, foi transferido para o
Convento de Saggiano, na encosta meridional do Monte Amiata. A comunidade, que
pertencia à Regra da Observância, - surgida, no seio da Ordem, há 33 anos - era
caracterizada pela absoluta pobreza e austeridade, em oposição aos Conventuais
mais "brandos". Na escola de analfabetos Ao tornar-se sacerdote, Frei Bernardino
- que andava descalço e pedia esmolas - se comprometeu para a difusão do estilo
da Observância. Por isso, mandou construir um Convento maior, na colina de
Capriola, às portas de Sena, onde estudou os grandes doutores e teólogos da
Igreja, sobretudo os Franciscanos. Mas, de qualquer forma, foi o mundo dos
camponeses, com o qual estava mais em contato, a "aperfeiçoar" a sua formação.
Assim, aprendeu a usar expressões, imagens vivazes e anedotas, e brincava com as
pessoas, às quais dava apelidos engraçados. Estava começando a se afirmar e a
ser apreciado como pregador, quando uma doença nas cordas vocais o tornou quase
afônico. Após alguns anos nestas condições, Frei Bernardino decidiu pedir para
ser exonerado da pregação. Mas, a sua voz voltou a ser não só nítida, mas também
musical e penetrante, rico em modulações. Na terra nua Nestas alturas, começou a
fase das suas longas viagens, indo de uma cidade à outra, atravessando quase
toda a Itália. Em 1438, foi encarregado pelo Ministro geral da Ordem Franciscana
para continuar a obra de reforma. Os conventos passam de 20 para 200, todos
estimulados a fazer renascer o espírito da Regra de Francisco, adaptando-o às
necessidades dos novos tempos. Apesar do cansaço, Bernardino empreendeu uma nova
viagem, com o objetivo de chegar até ao Reino de Nápoles, pregando em Perugia,
Assis, Foligno, Espoleto, Rieti. Exausto, entregou-se perto da cidade de Áquila.
Em 20 de maio de 1444, foi transportado, em uma maca, ao Convento de São
Francesco da cidade, onde faleceu, no mesmo dia, aos 64 anos. Seu último desejo
foi o mesmo do seu fundador: ser deposto na terra nua.
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