A IGREJA
SANTO ANTONINHO, PÃO DOS POBRES CORRE RISCO DE DESABAR (II)!
Pe. Gilberto Kasper
Mestre em Teologia
Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em Bioética, Ética e
Cidadania, Professor Universitário, Docente no CEARP – Centro de Estudos da
Arquidiocese de Ribeirão Preto, Assistente Eclesiástico do Centro do
Professorado Católico, Assessor da Pastoral da Comunicação, Pároco da Paróquia
Santa Tereza de Ávila e Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese
de Ribeirão Preto e Jornalista.
A Arquidiocese de Ribeirão
Preto por meio de seu Reitor, Pe. Gilberto Kasper, desde o dia 17 de abril de
2008, buscou junto ao Poder Executivo, naquele ano o Prefeito Municipal, Dr.
Welson Gasparini e seu Secretariado Competente soluções para a preservação e
melhorias da Igreja, a saber, a instalação de água, a adjudicação do Prédio da
Igreja da Casa da Amizade e do Mosteiro que se encontra desde há muitos anos
ocupado por duas Famílias que entram pela Rua Rio de Janeiro e ocupam 22 metros
de corredor à direita de quem entra no Átrio da Igreja e 11 metros de fundos,
ocupando, assim o Jardim Interno nos Fundos da Igreja, bem como um quartinho
sobre a salinha que serve de sacristia da mesma Igreja. Afirmam que pagam
aluguel ao Inventariante.
Muitas foram as
idas e vindas, visitas ao Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural (CONPPAC)
e da Presidência deste à Igreja nas pessoas de suas duas Presidentes: Dra.
Cláudia Morroni e Profª Dulce Palladini. Participamos de reuniões, alguns
estagiários de Arquitetura, também Membros do CONPPAC fizeram alguns Projetos
de Restauro tanto da Igreja como da Casa da Amizade. Tanto a Secretaria da
Cultura como o CONPPAC sempre afirmaram que o restauro teria de ser realizado
no conjunto: casa, igreja e mosteirinho.
Depois de cinco
anos, cinco meses e trinta e cinco dias obtivemos em agosto de 2012, das mãos
da então Prefeita Municipal a autorização para a construção de dois banheiros
no corredor lateral, sem descaracterizar a fachada do Templo. Depois de
inúmeras promessas não cumpridas da execução da construção dos banheiros,
conseguimos, com recursos próprios de alguns fiéis, inaugurá-los em setembro de
2013.
Nós reconhecemos o valor
mais histórico do que arquitetônico da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres.
Por isso mesmo sempre ouvimos as Presidentes do CONPPAC antes de tomarmos
qualquer providência, como por exemplo trocar duas portas de lata por duas
portas de madeira, seguindo o estilo da porta central do Templo. No ano de 2012
a Igreja sofreu quatro arrombamentos. Os vândalos entraram pela Casa da Amizade
e arrombaram os vitrais que ficam quatro metros de altura. Com os pés
arrombaram as duas portas de lata: uma lateral e outra na sala de atendimento
nos fundos da Igreja. Profanaram o Santíssimo Sacramento, arrancando da coluna
o sacrário, espalhando a Sagrada Eucaristia pela Igreja, levaram o som, como microfones
e caixas amplificadas, cálices, jarro de batizados, tapetes entre outras
alfaias litúrgicas. Parte do furtado, a Polícia Civil conseguiu nos devolver.
Apenas o jarro de batizados e um cálice com patena, folhados em ouro.
Ganhamos um cavalo de raça, que vendido rendeu
o muro provisório construído entre a Igreja e a Casa da Amizade. Este muro foi
sugerido e orientado pela própria Presidente do CONPPAC, Profª Dulce Palladini,
para a preservação de nosso Patrimônio, já que a Casa da Amizade ficara vulnerável,
sem nenhuma segurança, e servia de ingresso de vândalos que nos furtavam. Desde
que construído o muro provisório, os problemas de arrombamentos diminuíram.
Continuaram furtando cabos de energia elétrica, torneiras e similares dos
banheiros e artigos de bronze, como o sino na Igreja. O alpendre da Casa da
Amizade hospedava dependentes químicos. Depois do sinistro incêndio da parte
frontal e do alpendre da casa no dia 7 de setembro de 2019, o Inventariante
alegou falta de recursos para a reconstrução e disse ter passado o patrimônio à
Prefeitura Municipal. Enquanto não conseguíamos autorização do CONPPAC para
restaurarmos a Igreja, a Casa dos Advogados doado à Prefeitura começou a ser
simplesmente demolida. A incoerência consiste de que casa e igreja eram,
segundo o CONPPAC tombados numa única lei e que deveriam ser restaurados simultaneamente.
Nunca conseguimos selar acordo algum com o Inventariante para o tal restauro
conjunto! Daí a frase repetida, e não sem razão: “Tudo o que em Ribeirão
Preto o CONPPAC tomba, cai”! Basta constatar o que dizem ser tombado. A
Prefeitura nos impede de preservar a Igreja, mas manda demolir a Academia? Que
planejamento é esse?
Nesses últimos 14 anos de nossa chegada até os
dias de hoje, nos empenhamos para preservar o Patrimônio e só não o restauramos
ainda, porque o CONPPAC permaneceu desativado por alguns anos. Pelo que soubemos,
foi reorganizando em 2018. A Secretária da Cultura, em nome do Prefeito
Municipal, empossou um grupo de pessoas formidáveis, competentes e
comprometidas com os bens culturais de nossa cidade. Mas não demorou e fomos assolados
pela Pandemia.
(Continuaremos na edição do
dia 23/02/2022)
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