A IGREJA
SANTO ANTONINHO, PÃO DOS POBRES CORRE RISCO DE DESABAR (I)!
Pe. Gilberto Kasper
Mestre em Teologia
Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em Bioética, Ética e
Cidadania, Professor Universitário, Docente no CEARP – Centro de Estudos da
Arquidiocese de Ribeirão Preto, Assistente Eclesiástico do Centro do
Professorado Católico, Assessor da Pastoral da Comunicação, Pároco da Paróquia
Santa Tereza de Ávila e Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese
de Ribeirão Preto e Jornalista.
Nossa provisão como Reitor
da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres data de 17 de abril de 2008, assinada
por Dom Joviano de Lima Júnior, SSS, então Arcebispo Metropolitano de Ribeirão
Preto. Chegamos para a primeira celebração dominical no dia 20 de abril de
2008. Em 2013 nosso atual Arcebispo Metropolitano de Ribeirão Preto, Dom Moacir
Silva renovou a provisão por “Tempo Indeterminado”!
Portanto faz 14
anos que tento, sem êxito, restaurar a Igreja Santo Antoninho, que deveria ser
um Espaço Cultural de Espiritualidade. Hoje o cenário e o paisagismo visto de
todos os lados do Templo são deprimentes. Não tenho a pretensão de transferir
responsabilidades. Porém, a burocracia e certa dificuldade de mais sérias
políticas públicas, em nada contribuiu para que as obras da Santo Antoninho,
roubada 24 vezes nesses 14 anos, se concretizassem. Em 2018 formou-se um Grupo
de “Amigos da Santo Antoninho”, que infelizmente não evoluiu em seu real
propósito de nos ajudar com o restauro. Para salvaguardar o patrimônio
“tombado”, investimos em segurança e o último roubo com arrombamento da Igreja
ocorreu na madrugada de 20 de janeiro de 2020, dia em que chegando para celebrar
meus 30 anos de Ordenação Presbiteral me deparei com um cenário horrível:
levaram o que puderam, inclusive meu cálice de ordenação sacerdotal. Uma grade
que separa a Igreja da Casa da Amizade, hoje totalmente demolida, também foi
furtada. Procurada a Delegacia de Polícia na Rua Piracicaba para o registro de
Boletim de Ocorrência, aguardamos até hoje um retorno, que muito gentilmente
nos atendeu, mas que depois nos esqueceu.
A Igreja
anteriormente denominada Capela foi elevada à categoria de Reitoria no dia 15
de agosto de 1995, sendo seu primeiro Reitor Cônego Arnaldo Álvaro Padovani,
falecido dia 1º de junho de 2010. Celebrando o 800º aniversário de nascimento
de Santo Antônio que o então Arcebispo Metropolitano de Ribeirão Preto, Dom
Arnaldo Ribeiro, reinaugurou a Capela parcialmente reformada, tanto em seu
interior como o telhado e o presbitério que estava tomado de cupins em tudo que
era de madeira. Cônego Arnaldo com auxílio da Comunidade e da ADVENIAT,
Entidade Episcopal Alemã, tornou o espaço novamente usável para perpetuar a
tradição da Família Proença da Fonseca, que no item 8º do Testamento “legou
a Capela à Arquidiocese de Ribeirão Preto...”.
A Igreja Santo
Antônio, Pão dos Pobres nunca ficou “abandonada” ou fechada como alguns
imaginam e até denunciam. Me perdoem a ignorância, mas penso que a Arquidiocese
de Ribeirão Preto ou pelo menos eu como responsável direto sobre a conservação
do Templo, deveria ter sido notificado do tombamento provisório ocorrido em
2009 e confirmado pelo CONPPAC. Fiquei sabendo do tombamento por uma querida
advogada, Dra. Cristina, de saudosa memória, numa reunião de Equipe de Nossa
Senhora. Ela, me perguntando onde eu estava trabalhando, respondi com muito
entusiasmo, de que havia recebido a missão de evangelizar o amado povo e
restaurar a Igreja Santo Antoninho, Pão dos Pobres. A Dra. Cristina me disse
que não desejava me decepcionar, mas que a Igreja juntamente com a Academia
Ribeirãopretana de Letras Jurídicas e o Mosteirinho aos fundos da Igreja haviam
sido tombados e que qualquer reforma ou restauro precisaria da autorização do
CONPPAC, sob o risco de as obras serem embargadas. Já a “Casa da Amizade” e não
da “Saudade” como alguns afirmam, datada de 1957, não sendo da responsabilidade
da Arquidiocese de Ribeirão Preto e sim da Academia Ribeirãopretana de Letras
Jurídicas ficou sob o zelo do então Inventariante Dr. Rubens Cione e após seu
falecimento de seu filho, Dr. José Arnaldo Vianna Cione.
(Continuaremos na próxima edição)
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