A TERNURA DE DEUS EM MEU SACERDÓCIO!
Pe.
Gilberto Kasper
Mestre
em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em
Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente no CEARP – Centro
de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto, Assistente Eclesiástico do Centro
do Professorado Católico, Assessor da Pastoral da Comunicação, Pároco da
Paróquia Santa Tereza de Ávila e Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres
da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista.
Há 32 anos, na manhã de um sábado, dia 20 de janeiro
de 1990, Festa de São Sebastião, na Catedral Metropolitana de Ribeirão Preto,
ajoelhado sobre o túmulo do primeiro Bispo de nossa Arquidiocese, Dom Alberto
José Gonçalves, por imposição das mãos de nosso amado Dom Arnaldo Ribeiro, fui
ordenado Sacerdote para Sempre! Muitos erros e acertos, grande
experiência de vida e profunda gratidão a cada dia, sem nenhum momento de
arrependimento, pelo sim dado com minhas mãos entre as mãos do
Arcebispo.
Quantas pessoas passaram por minha vida nestes 32 anos? Pela vida de quantas
pessoas passei eu? Penso ser um momento de avaliação, de balanço, de gratidão e
de pedido de perdão, pelas vezes em que não consegui ser um bom padre! Escolhi
como lema sacerdotal, a quinta bem-aventurança do Sermão da Montanha: "Bem-Aventurados
os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia" (Mt 5,7), já
que sempre me senti um servo inútil e indigno da graça do ministério sacerdotal!
Mesmo assim Deus me quis Padre, tamanha é Sua Bondade,
Seu Amor e Sua Misericórdia para comigo.
Ao longo do amadurecimento no meu exercício ministerial, fui descobrindo que a
melhor maneira de ser fiel ao Sacerdócio, é adotar a Teologia da Ternura!
Mesmo que não tenha conseguido ser fiel, como quis ou deveria sempre me
acompanhou o esforço pessoal por ser um sacerdote bom e
misericordioso, a exemplo de São João Maria Vianney, o Cura D'Ars, cuja vida
conheci no primeiro Seminário que me acolheu na Arquidiocese de Porto Alegre
(RS), dedicado a ele. Como ele, o Sacramento que mais gosto de celebrar, é o da
Reconciliação, depois, é claro, da Eucaristia. Como é bom ser dispensador do
perdão de Deus àqueles que perderam sua paz interior para o pecado. Pois é no
Sacramento do Perdão, que Jesus nos devolve a paz que o pecado nos rouba. Tenho
sido muito feliz ao acolher tantas pessoas em nossa amada Igreja Santo
Antoninho, Pão dos Pobres nos Campos Elíseos há 14 anos, e desde o dia 1º de março
do ano de 2020, da também já amada Paróquia Santa Tereza de Ávila no Jardim
Recreio de Ribeirão Preto, que são para mim, lugares ideais para a santificação
de meu sacerdócio, colaborando na santificação de tão queridos irmãos e irmãs
na fé!
Como coroinha na Igreja Matriz
do Sagrado Coração de Jesus, no Bairro Santo Afonso e Coordenador da Catequese,
Regente do Coral e Animador de Comunidade na Capela Santo Antoninho, no Bairro
Liberdade em Novo Hamburgo (RS) ou brincando de Missa com os vizinhos na
estrebaria de casa, minha vocação ao sacerdócio foi se confirmando a cada dia
que passava. Sentia sempre a necessidade de perdoar, desde tenra
idade a quem me ofendesse ou machucasse. Nunca consegui bater em ninguém. Mas
sempre fui muito peralta e, mais pedia perdão do que precisava perdoar. Daí meu
lema sacerdotal ser a bem-aventurança da misericórdia.
Que eu consiga viver meu sacerdócio pautado nos olhos de
Deus, que promovem a justiça e amar as pessoas
com o coração de Jesus, que dão sentido ao meu lema e à minha
fidelidade sacerdotal: "Bem-aventurados os misericordiosos, porque
alcançarão misericórdia”! E em cada Eucaristia que celebro, cabem todas
as pessoas que me ajudaram a ser Padre, no precioso cálice do Senhor,
como minha mais sublime e profunda gratidão!
Para selar A
Ternura de Deus em meu Sacerdócio, celebrarei minha ação de graças no
recolhimento. Passarei em oração silenciosa. Sei que poderei contar com as
orações dos amigos, o melhor presente que poderia receber. Estarei ausente das
Redes Sociais, especialmente com telefones desligados! Conto com a compreensão
dos que insistirem em ligar. Rezemos em silêncio, porque até mesmo nosso
silêncio Deus escuta.
Aqueles que desejarem me cumprimentar, por favor,
façam-no na oração por mim e sintam o carinho de minha oração por cada um dos
que meu Sacerdócio permitiu amar!
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