AMAR OS ENFERMOS COM AMOR DE MÃE!
Pe. Gilberto Kasper
Mestre
em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em
Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente no CEARP – Centro
de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto, Assistente Eclesiástico do Centro
do Professorado Católico, Assessor da Pastoral da Comunicação, Pároco da
Paróquia Santa Teresa D’ Ávila e Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres
da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista.
Neste dia 14 de Julho comemoramos a Memória de São Camilo de Lellis,
Protetor dos Profissionais da Saúde. Recomendamos
nossos amados enfermos à proteção de Nossa
Senhora de Lourdes e nossos Agentes da Pastoral da Saúde à proteção de São Camilo.
A mente humana compreende duas
faculdades exímias: o intelecto e a vontade. Convém, desde logo, lembrar que o
intelecto não se restringe à razão, ou seja, não procede apenas por argumentos
ou provas lógicas ou empíricas, mas tem também uma capacidade de intuir a
verdade. A mente humana nos proporciona, pois, a capacidade de conhecer e amar.
Ou, olhando por parte do objeto, coloca-nos em contato com a verdade e com a
bondade por parte do objeto, coloca-se em contato com a verdade e com a bondade
dos seres, respectivamente.
Nosso tempo de pandemia nos adverte
contra o perigo de cairmos no objetivismo. Nosso relacionamento com o objeto
envolve também sentimentos. E logo discernimos entre os objetos de nível
físico, vegetativo, sensitivo e racional. Nosso relacionamento, ou seja, nosso
conhecimento com os minerais, as plantas, os animais não pode ser o mesmo que
temos com os homens e com Deus. No caso dos homens e de Deus, nosso
relacionamento, que envolve conhecimento, vontade e sentimentos, é
intersubjetivo. E essa característica envolve todo o nosso relacionamento com o
universo, na medida em que o acolhemos de Deus e ele nos revela as suas
maravilhas, tornando-se habitação e ambiente de vida para nós e nossos semelhantes.
É o que nos ensina Saint Exupéry, no Pequeno Príncipe: a raposa, por não comer
pão, não teria nenhum relacionamento com o trigal. Mas se for cativada pelo
Pequeno Príncipe, lembrará as ondulações de seus cabelos e adquirirá um
profundo e novo significado.
Viver humanamente é realizar-se. É
tornar-se pessoa. Isso se faz pelo relacionamento, que tem, na
intersubjetividade, sua matriz. Sua atitude básica será a acolhida de cada
pessoa, para que ela se sinta amada e realizada. Não é, pois, possível curar uma
pessoa – de qualquer doença – sem levá-la à vivência de sua subjetividade, que
resulta da intersubjetividade das pessoas que cuidam dela. Curar, no fundo, é
demonstrar carinho, ir em socorro, tirar do isolamento, mostrando que ela não
está a sós no combate à doença. Não conseguindo reagir com as próprias forças,
há quem lhe venha em socorro. E isso deve ser feito humanamente, o que equivale
a dizer, intersubjetivamente. A doença humana não se reduz a um fenômeno
biológico. Envolve e afeta profundamente sua mente (cf. Fonte: GRINGS, Dadeus. Cartilha da Saúde – Um Apelo da Bioética.
Presscom, Porto Alegre (RS), 2008 pp. 29-30).
Especialmente a Igreja, através de
seus Ministros Ordenados e da Pastoral da Saúde, deve priorizar nas Comunidades
de Fé, Oração e Amor, os Enfermos, que fazem de seus limites físicos e leitos
de dor, o verdadeiro Altar do Sacrifício do Senhor. “São Camilo de Lellis
nasceu na Itália em 1550 e lá faleceu em 1614. Fundou a Ordem dos Ministros dos
Enfermos – os Camilianos. Alcançou picos sublimes de caridade, movido pela
convicção de que todo enfermo é o Cristo em pessoa. Foi declarado patrono dos
enfermos e dos hospitais. Impulsionados por seu admirável exemplo,
comprometamo-nos a dedicar tempo e atenção aos doentes de nossas famílias” (cf.
Liturgia Diária de Julho de 2021, p. 66). São Camilo de Lellis interceda por todos
os acometidos pela COVID-19 e abençoe tantos quantos se dedicam a salvar vidas,
os Profissionais da Saúde!
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