UNIÃO EM TEMPOS DE GRANDES DESAFIOS!
Pe.
Gilberto Kasper
Mestre
em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em
Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente no CEARP – Centro
de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto, Assistente Eclesiástico do Centro
do Professorado Católico, Assessor da Pastoral da Comunicação, Pároco da
Paróquia Santa Teresa D’ Ávila e Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres
da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista.
A Pandemia que
surpreendeu a humanidade sem dó nem piedade, descortinou em proporções talvez
nunca antes percebidas, a solidariedade, o cuidado pelo outro, a fraternidade e
a União em Tempos de Grandes Desafios!
De repente todos se sentiram chamados a partilharem de sua pobreza! Incontáveis
são as iniciativas de pessoas e grupos unidos para estender a mão àqueles que
têm menos, ou que vão perdendo o pouquinho que ainda possuíam.
No primeiro ano da
Pandemia empresas renomadas ocupavam espaços nobres, especialmente de
telejornais, para divulgarem sua participação solidária, doando fortunas em
cestas básicas, insumos e doações de toda natureza jamais vistos em tempos de
“não pandemia”! Tratava-se de uma solidariedade remunerada, já que mostrar em
horários nobres de televisão o bem realizado, era também, uma forma sutil de
divulgar a existência de empresas de grande porte, que finalmente partilhavam
de suas riquezas.
Outras milhares de
entidades, centenas de milhares de grupos de pessoas, continuam a cuidar e
amenizar a dor da fome, a dor do emprego perdido, a dor do luto dos que
devolveram seus entes queridos, ceifados pelo vírus tão cruel, invisível e
impiedoso para com as pessoas do mundo todo.
Número não menos
expressivo de entidades continua sua missão na promoção da vida e da dignidade
de seus assistidos, mesmo antes da Pandemia. Poderia elencar incontáveis delas.
Mas me atenho à que conheço, a entidade que me tem como voluntário há oito
anos. É o FAC – Fraterno Auxílio Cristão da cidade de Ribeirão Preto.
Desde o início da
Pandemia o FAC seja em sua Sede Central na Rua Barão do Amazonas, 881, seja no
Núcleo de Solidariedade Dom Bosco na Rua Imigrantes Japoneses, 1065 no Parque
Ribeirão Preto, a cada vinte dias, conseguiu assistir as crianças,
adolescentes, jovens e suas famílias, com a manutenção de cestas básicas,
material de limpeza, de higiene pessoal e principalmente de atividades
pedagógicas, como artesanato, inclusão digital entre outras, para mantê-los em
suas casas, a maioria em seus “barracos” que chamamos de lar!
Coordenada pela Ana
Abe, a Equipe do FAC não parou nenhum dia para assistir as mais de duzentas e
sessenta pessoas que lhes são confiadas. Muitas vezes sem recursos suficientes,
na véspera de entregar as cestas básicas, sem nenhuma ter chegado, a
Providência Santíssima enviava algum dos tantos Anjos Bons que não deixaram o
FAC fechar as mãos, o coração e muito menos as portas para aqueles que dele
dependem em sua sobrevivência. A Equipe de Monitoras, Assistente Social,
Colaboradores de inúmeras áreas, como Artesanato, Música, Teatro entre outras,
visitaram, acompanhadas da Coordenadora Geral do FAC as residências para onde
foram remetidas as doações todas. Falar em “distanciamento social” para aquelas
famílias que vivem em três cômodos, amontoando entre sete e dez pessoas, é irreal.
Mesmo assim a Equipe com paciência, sabedoria e elegante generosidade foi
orientando o possível necessário para que um cuidasse do outro. Como que se
Deus se debruçasse sobre os barracos, com a largueza de Seu coração, todos até
hoje, se encontram protegidos, alimentados, bem orientados quanto à União em Tempos de Grandes Desafios!
Nossa gratidão, em
primeiro lugar se remete ao Deus de Bondade que nunca nos abandonou. À
Coordenação Geral do FAC na pessoa da Ana Abe e toda sua magnífica Equipe, ao
nosso Arcebispo Metropolitano, Dom Moacir Silva, que sempre apoiou e colaborou com
o FAC, ao Conselho Diretor, e sobretudo aos Parceiros todos, que formam um
Corpo conosco, sem nem mesmo quererem ser identificados. Não canso de ouvir dos
doadores a seguinte frase: “Não fale meu nome, gostaria de continuar ajudando
sem divulgar o bem que faço”. Diferentemente daquelas grandes empresas,
divulgadas em horários nobres de telejornais de emissoras de televisão, nossos
parceiros não doam esperando resultados e recompensas pessoais, a não ser que
Deus os recompense e abençoe grandemente, nestes tempos de grandes desafios e
em tempos vindouros.
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