QUARESMA: TEMPO DE PERDÃO E MISERICÓRDIA!
A Quaresma nos conclama ao perdão e à
misericórdia em relação aos outros. Nem sempre conseguimos perdoar. Alguns
dizem que: "Perdoar é esquecer!". Prefiro pensar que perdoar é
lembrar sem rancor! Nem sempre é possível esquecer, mas o perdão e a
misericórdia são essenciais, se quisermos que os exercícios quaresmais nos
edifiquem e nos conduzam à verdadeira libertação que a Páscoa do Senhor nos
propõe. Um coração cheio de rancor, bolor, mágoas, rusgas e incapacidade de
perdoar, é um coração amargo e infeliz.
Na parábola do Pai Misericordioso, temos
além do mais novo, o filho mais velho. O Evangelho de São Lucas no capítulo 15,
versículos
Em nossa sociedade temos muitos
"irmãos mais velhos", incapazes de perdoar. Isso é muito comum nas
famílias, nas instituições eclesiais e políticas, quando selamos a testa das
pessoas, determinando-as "pecadoras". Esquecemos o que rezamos na
oração que o próprio Cristo nos ensinou: "... perdoai-nos assim como nós
perdoamos a quem nos tem ofendido...". Se Deus ouvisse este pedido,
estaríamos perdidos. Há muitos entre nós, que se atribuem o direito de julgar,
condenar e determinar a sentença, como se não tivessem nenhum pecado. Tenho dó
de quem é assim! Quantos pecados mais "fedidos" tal pessoa não estará
tentando esconder atrás de quem foi descoberto? Ninguém é melhor do que
ninguém. Só Deus não decepciona, já que não existe criatura humana sem defeitos,
erros, deslizes, enfim pecados a serem perdoados.
O Evangelho de São João, capítulo 8,
versículos 1 a 11 narra o episódio da mulher surpreendida em adultério. Os
mesmos "prostitutos" que utilizaram de seus serviços pedem sua
condenação. Quiseram colocar Jesus numa armadilha. Armadilhas semelhantes às
que nós tramamos uns contra os outros, sobretudo quando a inveja nos aguça por
dentro, para "tirar de campo" ou "puxar o tapete" de quem
nos faz sombra e aparece mais do que nós.
"Quem dentre vós não tiver pecado
seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra" (Jo 8, 7). Penso que o jeito é
mesmo responder aos apelos da Quaresma, para celebrarmos uma Páscoa verdadeira:
sejamos os protagonistas do perdão e da misericórdia de Deus! É preferível enganar-se
por perdoar e exercer a misericórdia, do que acertar por uma justiça despida de
amor!
Com Santa Teresa de Calcutá podemos
concluir: “Devemos amar a pessoa boa, porque merece e a pessoa má, porque
precisa de nosso amor”!
Pe.
Gilberto Kasper
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