COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS
TERCEIRO DOMINGO DO ADVENTO
GAUDETE – DOMINGO DA ALEGRIA
Meus queridos
Amigos e Irmãos na Fé!
“Alegrai-vos sempre no Senhor.
De novo eu vos digo: alegrai-vos!
o Senhor está perto” (Fl 4,4s).
Celebramos com esperança, otimismo e
muita fé o Terceiro Domingo do Advento – Gaudete – DOMINGO DA ALEGRIA! A exemplo do Profeta Isaías, todos devemos nos alegrar, pois o
Senhor está próximo. João Batista aparece neste domingo para preparar o caminho
de Jesus até nós.
A Palavra de Deus proclamada neste Domingo nos apresenta o tema da alegria, pois o Espírito do Senhor está sobre nós, nos leva a rezar sem
cessar e nos faz reconhecer em João Batista o mensageiro da vinda de Jesus.
A celebração é momento de exultação, pois Deus está em nosso meio.
A missão de João Batista é apontar a luz para a humanidade. O desejo de Deus é
ver-nos felizes. Mas o que significa, para nós, ser feliz?
Com nossa ação de graças,
reconheçamos que se realizou para nós o anúncio da libertação. Nosso Deus nos
associa à alegria da sua vida nova.
Por tradição, o Terceiro Domingo do Advento é
denominado Domingo Gaudete, que significa Domingo da Alegria. Isso, porque a
antífona de entrada começa com esta expressão: “Alegrai-vos sempre no Senhor” (em latim Gaudete in Domino semper). Esta, portanto,
é a chave para a compreensão dos textos bíblico-litúrgicos e eucológicos, assim
como dos ritos e símbolos do Terceiro Domingo do Advento.
A alegria de que trata a Liturgia deste domingo liga-se à proximidade da
festa da Natividade do Senhor. A percepção de
que já atravessamos mais da metade do caminho rumo à Noite Santa do Natal ilumina a
celebração da comunidade de fé. Com razão a Oração da Igreja assim se exprime: “Levantai vossa cabeça, pois
a vossa redenção se aproxima”. Portanto, o júbilo
não se dá somente por que já se aproxima uma data memorável, mas sobretudo,
porque as consequências do Mistério que nela se celebra já podem ser sentidas
pela Igreja peregrina.
O Terceiro Domingo do Advento – Gaudete – é momento de passagem ou transição para a comunidade que celebra
como o fora para os contemporâneos do Batista. Nós, como eles, somos atraídos
para a “beira do Jordão”, a fim de permanecer de prontidão, à espera da
travessia pascal que se inaugura com a revelação de Deus e se plenifica com a
encarnação do Verbo.
Nesse sentido, nosso olhar recai
sobre o que se augura com a celebração Eucarística: “que estes sacramentos nos purifiquem dos pecados e nos preparem
para as festas que se aproximam”. A preparação
para a celebração da natividade e manifestação do Senhor na carne exige
transpor o Jordão, passando pelas águas que nos liberam da maldade, da
corrupção, da morte. Dito de outro modo, ao celebrar o Terceiro Domingo do Advento, a Igreja se alegra por estar à “beira” do Jordão, em poder
levantar a cabeça e vislumbrar seu destino, que é a comunhão de vida com o
Messias, cujas vozes proféticas de todos os tempos e lugares apontam e
prenunciam, segundo a inteligência da fé.
Dar graças, fazer eucaristia,
corresponde de fato ao “nosso dever e
salvação”, porque é no ato de buscar e reconhecer a presença de Deus, que
nos percebemos salvos, mergulhados em sua vida. Damo-nos conta o quanto o
Espírito Santo está sobre nós empurrando-nos para que demos testemunho da
visita do Messias no mundo, alegrando os tristes, devolvendo a dignidade aos
empobrecidos. A ação de graças recomendada por Paulo nos faz reconhecer que
tudo quanto fora dito por Deus em promessa, cumpriu-se em seu Filho e se
desdobra naqueles e naquelas que o servem e lhe são fiéis. Em suma, nossa
fidelidade torna evidente aquele que nos chamou e é fiel no cumprimento de sua
Palavra.
O grande convite deste Domingo da Alegria – GAUDETE – é transpirar a esperança de que o Natal do Senhor nos ajude a promovermos maior dignidade entre as pessoas, sendo Anjos uns para os outros. Acendendo a vela rosa de nossas Coroas do Advento,
possamos renovar o propósito de testemunharmos uma fé cheia de alegria, com
sabor divino.
Não nos esqueçamos de nossos gestos
concretos, oferecendo quem sabe, como presente de Natal uma Bíblia ao invés de presentes
perecíveis. A Palavra de Deus semeada no coração dos que amamos e dos que ainda não a conhecem,
não perecerá. Ao contrário será alimento de vida a quem a acolher com alegria! Não falar mal de ninguém até o Natal poderá tornar-se um magnífico hábito entre irmãos que amam, ao longo do novo
ano que se aproxima. Se não tivermos nada de bom a dizer sobre o outro, é
melhor calar!
Desejando-lhes muitas bênçãos, com ternura e gratidão, o abraço
amigo,
Pe. Gilberto Kasper
(Ler Is
61,1-2.10-11; Sl Lc 1; 1 Ts 5,16-24 e Jo 1,6-8.19-28).
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