COMENTANDO A
PALAVRA DE DEUS
SOLENIDADE DO NATAL DO SENHOR
Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
“Alegremo-nos todos no Senhor:
Hoje nasceu o Salvador do mundo,
Desceu do céu a verdadeira paz!”(Sl 2,7).
Nosso
Comentário da Palavra da Solenidade do Natal do Senhor, tentará,
resumidamente abordar as Celebrações da Noite do dia 24 e do Dia 25 de
Dezembro!,
Procurar
Por isso, exultemos
todos no Senhor: nasceu o salvador do mundo, do céu desceu a verdadeira paz e
felicidade. Na fragilidade da criança, contemplamos a revelação de Deus na
história da humanidade. Deus se encarna no humano para nos tornar mais divinos.
Todos somos convidados a formar coro com os anjos: glória a Deus no mais alto
dos céus e paz na terra às pessoas de boa vontade. Jesus chegou até nós, trazendo-nos a salvação. Chegou a salvação
dos pobres e oprimidos (Is 9,1-6). Por meio de Jesus, Deus entra na
história da humanidade para dela fazer parte (Lc 2,1-14). A graça de Deus traz salvação a
toda a humanidade (Tt 2,11-14).
Cristo, que nasce pobre em Belém,
está entre nós na simplicidade do pão que compartilhamos, dando graças ao Pai.
Com Maria e os pastores, reconheçamos e adoremos nosso Senhor.
As promessas de Deus se cumprem: um
menino nasceu para nós; ele é o príncipe da paz e a luz que brilha para o
mundo, afastando toda treva. Na fragilidade da criança, Deus se torna presente
em nosso meio. A palavra se fez pessoa e veio morar junto conosco.
A luz se manifestou para iluminar os
caminhos da humanidade, que anseia por paz e fraternidade. Acolhamos com
alegria a palavra de Deus, força de vida e salvação. Deus vem trazer-nos paz e
salvação. A palavra de Deus torna-se carne e habita entre nós. Ele nos fala
diretamente por meio de seu Filho.
Louvemos o Pai porque, com a
encarnação de seu Filho, possibilita o encontro do divino com o humano. A
palavra eterna do amor de Deus se fez homem, e nós vimos brilhar a sua luz.
Gosto muito da frase que se
pronuncia, geralmente em voz baixa, durante o canto da preparação das oferendas
na Missa, enquanto se coloca uma gota de água no cálice de vinho: “Pelo mistério desta água e
deste vinho, possamos participar da divindade do vosso Filho, que se dignou
assumir a nossa humanidade”. Penso que esta afirmação
deveria ser dita em voz alta, pois sintetiza o evento do Natal do Senhor! Nossa
participação de toda a História da Salvação é apenas uma gotinha de água, o
mínimo, unicamente o esforço por acolher A palavra de Deus que se faz Pessoa igualzinha a nós em tudo, menos no pecado, remetendo-nos ao mais
profundo conhecimento de Deus, na meiguice de um recém-nascido. Todo o resto
Deus mesmo realiza em nós, na medida em que o permitimos agir.
A Natividade de Jesus é uma festa antiga. Esta celebração deita suas raízes na
veneração da gruta em que o Senhor nasceu. No rito romano, como liturgia
orgânica e já instituída somente tem-se notícia a partir do século IV, quando
aparece pela primeira vez a data de 25 de dezembro, segundo os testemunhos de
um antigo documento chamado Cronógrafo
Romano.
O que se celebra nesta liturgia é
bem mais do que o aniversário do nascimento histórico de Jesus. É, em suma, a
celebração de sua Páscoa vista sob a perspectiva de sua entrada no horizonte da
história humana de modo inaudito e admirável, como sugere a bucólica cena do
nascimento narrado no Evangelho de Lucas. Embora se possa (e deva!) localizar
os feitos maravilhosos do Senhor no âmbito da história humana, que o ocidente
convencionou consignar em “passado – presente – futuro”, a ação divina sempre
precede e supera os nossos limites temporais e espaciais. Por isso, a liturgia
divina quando celebrada se torna uma espécie de parêntesis no tempo
cronológico, como momento da história da salvação que nos alcança aqui e agora,
um acontecimento que deve ser lembrado em todo tempo e lugar.
A celebração da Natividade do Senhor é festa de sua
manifestação na carne, isto é, Deus vindo ao encontro da humanidade como pessoa
humana: “sob véus
de humildade podemos ver” o Deus invisível e eternal grandeza
(Adeste Fidelis –
Cristãos, vinde todos).
Para Agostinho, no século V, a
celebração do Natal do Senhor não tinha sentido de sacramento, era a recordação da Natividade de Jesus. Para o bispo de
Hipona, o único sacramento era a Páscoa, pela qual os seres
humanos e a criação inteira tinham sido reintegrados à sua origem, que é o
próprio Deus, sumo bem. Será Leão Magno, no mesmo século e alguns anos mais
tarde quem encontrará o sentido mistérico e por isso, sacramental, do Natal do Senhor. Para ele, a Natividade, celebração da
encarnação do Verbo, está intimamente ligada à Páscoa. É seu início, pois,
quando a Igreja celebra esta solenidade, comemora o aspecto do novo nascimento
dos fiéis para uma vida redimida: “No momento em que vosso Filho assume nossa fraqueza, a natureza
humana recebe uma incomparável dignidade: ao tornar-se um de nós, nós nos
tornamos eternos”. Fica evidenciado o aspecto sacramental e pascal do Natal do Senhor.
Gosto de pensar como Deus dribla a humanidade, nascendo numa
manjedoura, entre animais. Como se não bastasse, se permite anunciado em
primeiro lugar aos mais simples dos simples: os pastores, durante uma fria madrugada.
Talvez os únicos acordados naquela noite. Certamente os mais sensíveis e talvez
os mais disponíveis para ouvir o jubiloso anúncio dos Anjos: “Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens de boa
vontade”, isto é, aos homens e mulheres de coração aberto para acolher, como que uma
“manjedoura”, um recém-nascido envolvo em panos, Emanuel, o DEUS CONOSCO, a meiguice e fragilidade de um bebê. Simplesmente uma criança. Isto
me convence que Deus é muito mais simples
do que O complicamos! Basta estar
aberto, atento, ser hospitaleiro e acolhedor. Basta ler a face do Senhor no
semblante do Outro!
Feliz e santo Natal a todos!
Pe. Gilberto Kasper
(Ler Is
52,7-10; Sl 97(98); Hb 1,1-6 e Jo 1,1-18).
Fontes: Liturgia Diária da Paulus de
Dezembro de 2020, pp. 93-99 e Roteiros Homiléticos da CNBB para o Tempo do
Natal (Dezembro de 2020), pp.27-33.
Nenhum comentário:
Postar um comentário