COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS
TRIGÉSIMO
DOMINGO DO TEMPO COMUM
Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
“Exulte o coração dos que
buscam a Deus.
Sim, buscai o Senhor e sua
força,
procurai sem cessar a sua
face” (Sl 104,3s).
Neste Trigésimo
Domingo do Tempo Comum, nos reunimos para celebrar novamente, a páscoa de Jesus e buscar a face de Deus, que se
revela no rosto sofrido dos pobres e oprimidos. Amando os irmãos sofredores,
amamos o próprio Deus. A eucaristia é a
expressão da ternura misericordiosa do Pai para com todos.
As leituras nos convidam a amar a Deus acima de tudo e
nos comprometem a amar os necessitados. O amor a Deus e o amor ao próximo são
inseparáveis.
Deus nos convida a defender a vida dos pobres e esquecidos.
Os dois amores da vida, Deus e o próximo: amando um, estaremos amando o outro.
É importante que a comunidade saiba fazer memória da sua caminhada.
Neste domingo, Dia Nacional da
Juventude, celebramos especialmente
em comunhão com os jovens.
Na certa, temos uma situação que nos incomoda e mexe com
o nosso modo de anunciar e celebrar com a comunidade o memorial da páscoa de Jesus. Como interpretar e viver nos dias de hoje a
Palavra de Deus proclamada na liturgia?
No Dia do Senhor,
o Domingo, nos reunimos para nos encontrar
com Deus. Mas para chegar a Ele é preciso ter feito uma opção e passar pela
porta de entrada que é o povo
com sua história, suas angústias, esperanças, lutas e privações, pois, Deus não
quer um amor distante do povo e intimista.
O nosso Deus que amamos e juramos fidelidade é o Deus
defensor dos pobres. Somos seus aliados na defesa dos excluídos, desprotegidos
e rejeitados da sociedade. A nossa religião se firma nesse Deus e cultiva o seu
amor pelos últimos da terra.
Somos reunidos por um Deus que está no meio dos deserdados
e iletrados e que nos diz que a porta de entrada na sua amizade passa pelo amor ao povo que sofre e ama. E amar a Deus
significa amar esse povo que vive e faz história conosco.
E a Palavra de Deus
nos faz lembrar que ser cristão significa ser missionário do bem, do amor, da
justiça. Isso supõe o desmascaramento dos ídolos que mantém o povo à margem da
vida e das celebrações que cultivam um deus falso e um culto vazio.
O compromisso
missionário é dos cristãos e das comunidades eclesiais. É dia de
oração. Dia de ofertas generosas. Antes de tudo um dia de avaliação pessoal e
comunitária. As missões não são apenas uma atividade da Igreja ou um dia do
calendário pastoral. A fé que recebemos como dom e bênção não sobrevive nem se
sustenta sem o mergulho no compromisso
missionário e profético.
A liturgia nos leva a olhar para o Senhor de braços
abertos e olhar fixo no horizonte da missão e nos campos imensos que esperam
operários e ceifadores. O que podemos e vamos fazer para contribuir no anúncio da Palavra
do Senhor: “Amarás o
Senhor teu Deus de todo o coração, de toda a tua alma e todo o teu
entendimento”. “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. Esses dois
mandamentos são a expressão maior da vontade de Deus. É o resumo de toda a
Bíblia!
Ao definir o amor
a Deus e ao próximo como a si mesmo, o resumo da lei e de toda a mensagem
bíblica, costumo pensar na qualidade desse amor. Vivemos um tempo, em que os
contra valores engolem nossa sociedade, levando-a ao consumismo, egoísmo,
hedonismo e individualismo. Será que nosso amor tem sabor
divino? Enquanto criados à imagem e semelhança de Deus, somos
capacitados a amar um amor com sabor de Deus mesmo. Porém, nunca antes houve
tanta depressão e descontentamento com nossa imagem. Penso que ao criar-nos à
Sua imagem e semelhança, nem régua Deus usou. Moldou-nos segundo Seu amor
profundo por cada um de nós, Suas criaturas prediletas. Nem sempre nos damos
conta disto. Por isso, penso que amar a Deus e ao próximo como a mim mesmo,
implica num terceiro mandamento: amar-me a mim
mesmo como Deus me criou e moldou. Isso nem sempre é fácil.
Quantas intervenções cirúrgicas plásticas vemos acontecer mundo afora, com a
desculpa de melhorar a autoestima? Para mim, não existem pessoas feias, a não
ser em suas atitudes, comportamentos e relações com os semelhantes. Logo gosto
de dizer assim: amar a Deus e ao próximo como a mim mesmo, do jeito que cada um
é, e não como gostaríamos que fosse. Se eu não for capaz de aceitar-me como sou
e amar-me do jeitinho como Deus me moldou, também não serei capaz de amar meu
próximo e muito menos a Deus.
Não nos esqueçamos de devolver o envelope da Coleta para
as Missões. Mesmo que a Coleta tenha sido semana passada, ainda há tempo, para
os que esqueceram. Seja esta coleta o fruto saboroso, a partilha de nossa
pobreza em favor das Missões. A coleta não poderá ser uma simples esmola ou
migalha, mas um valor considerável que demonstre nossa generosidade. Deixar de
consumir algo em favor de quem precisa mais do que nós, agrada o coração de
Deus. A indiferença e insensibilidade para com as Missões, desfigura nosso
compromisso de sermos uma verdadeira Igreja de Jesus Cristo, totalmente
missionária e ministerial.
Desejando-lhes
abundantes bênçãos, com ternura e gratidão, meu abraço amigo,
Pe.
Gilberto Kasper
(Ler Ex 22,20-26; Sl
17(18); 1 Ts 1,5-10 e Mt 22,34-40).
Fontes: Liturgia Diária da Paulus de Outubro de
2020, 99-106 e Roteiros Homiléticos da CNBB do Tempo Comum II (Outubro/2020)
pp. 56-60.
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