quarta-feira, 19 de agosto de 2020

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS VIGÉSIMO PRIMEIRO DOMINGO DO TEMPO COMUM - PADRE GILBERTO KASPER

 

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS

VIGÉSIMO PRIMEIRO DOMINGO DO TEMPO COMUM

DIA DOS CATEQUISTAS

 


 

Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!

“Tu és Pedro, e sobre esta pedra

edificarei minha Igreja;

e os poderes das trevas

jamais poderão contra ela!” (Mt 16,18).

 

            O Vigésimo Primeiro Domingo do Tempo Comum é o Domingo da profissão de fé de Simão Pedro! Mais uma vez animados pela presença do Ressuscitado em nossa caminhada de discípulos, somos convidados a proclamar a fé e a recordar o sentido de nossa missão.

            No exercício da missão, os discípulos de Jesus se vêem envoltos em situações delicadas que requerem muita fé. O anúncio da Boa-Nova do Reino exige dos discípulos e missionários convicção profunda, mas, em certos momentos, eles fraquejam e sentem-se impotentes.

            Conscientes de nossa pobreza e fragilidade, disponhamo-nos à graça de Deus que nos faz proclamar a mesma fé de Simão Pedro: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”.

            Recordamos com carinho neste domingo, no espírito do Mês Vocacional, os vocacionados para os Ministérios e Serviços na Comunidade. Recordamos de modo ainda mais particular, os Catequistas em sua importante missão de educadores da fé.

            Os primeiros Catequistas e Educadores da Fé dos filhos, são os próprios pais. Ou deveriam ser. É o que prometem no dia do próprio Matrimônio e no dia em que levam os filhos ao Sacramento do Batismo. Porém, como a educação básica, também terceirizam a magnífica Educação da Fé dos Filhos aos sempre tão abnegados Catequistas! Como verdadeiras pérolas preciosas das Comunidades, merecem nossa mais profunda gratidão. Mesmo assim continuo pensando que, quem deveria ser evangelizado em nossos Planos de Catequese, são os Pais. Esses, por sua vez, deveriam ser capacitados para evangelizarem os filhos, em Família. Mas em nossa Cultura de Sobrevivência, isso ainda é um sonho longe de se tornar realidade.

            A palavra de Deus, deste domingo, é uma grande mina de grande valor. Podemos contemplá-la sob diferentes ângulos. Eliacim e Simão Pedro, por serem pessoas tementes a Deus, receberam uma missão, ou seja, as “chaves”’. Na perspectiva da fé, qual seria a missão dos discípulos e missionários do Senhor em nossos dias?

            É interessante imaginar a cena, em que Jesus pergunta: “Quem dizem os homens ser o Filho do homem”. Queiramos ou não, nossos Políticos já estão preocupados com as próximas eleições. “Pisam em Ovos” para garantir um cargo a ser decidido nas urnas em 2020 e muitos até nas urnas em 2022.  Mal comparado, poderíamos imaginar que Jesus tenha perguntado como andam as pesquisas a seu respeito, assim como fazem os marqueteiros e assessores ou cabos eleitorais dos candidatos a algum serviço pelo Bem Comum. A resposta dos discípulos é bastante “espírita”: “Alguns dizem que é João Batista; outros, que é Elias; outros, ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas” – reencarnação pura!

            Mas o que interessa mesmo a Jesus é saber se seus discípulos o estudaram o suficiente e faz a prova oral de sua Teologia: “E vós, quem dizeis que eu sou?”. Pedro se adianta não porque estudou mais do que os outros, mas porque o Pai lhe revelou, e faz a sua, a nossa, a da Igreja linda profissão de fé: “TU ÉS O MESSIAS, O FILHO DO DEUS VIVO”. A partir daí Jesus confia à Igreja, por meio dos discípulos, a missão da Unidade e reafirma o Sacramento da Reconciliação!

            Sem sombra de dúvida, o grande desafio da Igreja, dos discípulos e missionários é anunciar a verdade sobre Jesus Cristo; ter a coragem de proclamar ao povo, aos grupos humanos, às diferentes culturas e realidades quem é o Filho de Deus.

            A grande missão do discípulo e missionário é “proteger e alimentar a fé do povo de Deus e recordar também aos fiéis que, em virtude do seu batismo, são chamados a serem discípulos e missionários de Jesus Cristo [...] Em um período da história, caracterizado pela desordem generalizada que se propaga por novas turbulências sociais e políticas, principalmente a avassaladora ordem de corrupções e propinas deslavadas (Estejamos bem mais atentos nas próximas eleições), pela difusão de uma cultura distante e hostil à tradição cristã e pela emergência de variadas ofertas religiosas que tratam de responder à sua maneira, à sede de Deus que nossos povos manifestam(Documento de Aparecida, 10).

            Aos discípulos e missionários de Jesus, mais do que condenar e excluir, cabe acolher e perdoar, absolver e reconciliar em nome de Jesus Cristo. Na pessoa de Pedro, a Igreja é chamada a ser escola permanente de verdade e justiça, de perdão e reconciliação para construir uma paz autêntica.

            Todos nós, como pessoas de fé, na Igreja, somamos com Pedro como pequenas pedras. Por simples ou modestas que sejam estas pedras, todas devem estar densas do dom da fé. Aderindo a Jesus Cristo, Filho de Deus vivo, somos parte do seu Corpo, a Igreja, contra a qual as forças do mal não triunfarão. Contudo, precisamos fortalecer a fé, para encarar os novos desafios, uma vez que estão em jogo o desenvolvimento harmônico da sociedade e a identidade católica dos povos.

            Não mutilemos, pois, este lindo Corpo que é a Igreja. Nós somos os membros e Jesus Cristo é a cabeça desse Corpo. Mesmo que me pense ser o dedinho do pé, escondido no sapato não tenho o direito de aleijar o Corpo, faltando com minha presença, compromisso, fidelidade e oração que une a Comunidade. Sejamos, finalmente, um Corpo bem sarado, malhado e atraente, a fim de que todos queiram unir-se a ele.

            Desejando-lhes muitas bênçãos, com ternura e gratidão, o abraço amigo e fiel.

Pe. Gilberto Kasper

(Ler Is 22,19-23; Sl 137(138); Rm 11,33-36 e Mt 16,13-20).

Fontes: Liturgia Diária da Paulus de Agosto de 2020, 89-95 e Roteiros Homiléticos da CNBB do Tempo Comum I (Agosto de 2020) pp. 70-74.

           

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