COMENTANDO A
PALAVRA DE DEUS
SOLENIDADE
DE PENTECOSTES
Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
“O amor de Deus foi derramado em nossos
corações
pelo seu Espírito que habita em nós, aleluia!”
(Rm 5,5; 10,11).
O Domingo de
Pentecostes (no qual desemboca todo o tempo pascal) recorda o Espírito Santo,
dom do Pai, Amor de Deus derramado sobre nós, condição de nossa comunhão no
Cristo Ressuscitado, fonte da transformação pascal de toda a realidade. Esta
festa ativa em cada um de nós a vocação e a capacidade para o encontro, para o
amor, para a união, para a doação, como pede a aclamação ao Evangelho: “Vinde, Espírito Santo,
enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor”.
No Pentecostes, o mistério pascal é
celebrado como um todo (morte, ressurreição, ascensão, envio do Espírito).
Neste dia, o mistério pascal atinge a sua plenitude no
dom do Espírito derramado em nossos corações. Imbuídos deste mesmo Espírito
somos capacitados para o anúncio da Boa
Notícia, sem temer perseguições, nem morte.
Devido à importância da Solenidade
de Pentecostes, celebramos sua Vigília. A Palavra de Deus da Vigília de
Pentecostes é uma mensagem que nos ajuda a superar as divisões e nos
convida a saciar com a água viva oferecida por Jesus.
As três grandes e permanentes tentações da humanidade
acabam em desastre: a pretensão da subida acaba em queda; a concentração, em
dispersão; o nome famoso, em infâmia. Jesus é a fonte de água viva que sacia a
sede da humanidade. Temos os primeiros frutos do Espírito, que vem em socorro
de nossa fraqueza.
Na Solenidade de
Pentecostes o Espírito do Senhor desceu sobre nós e nos
congregou na mesma fé e numa só família. O universo todo se rejubila conosco
pela presença do Espírito criador e unificador.
O Espírito de Deus, recebido no batismo, desafia-nos
a falar a linguagem do amor, compreensível a todos, e assumir o compromisso
proposto por Jesus.
A comunidade santificada pelo Espírito fala de modo que
todos entendem. A linguagem que todos entendem é a do amor com sabor divino. Quem descobre a
capacidade do amor
gratuito, nem precisa de palavras: basta amar e todo o resto
acontece naturalmente. Isto é, falar a linguagem do amor divino significa esforçar-se por
promover, quer bem, perdoar e ser sempre querido e terno nas relações humanas.
A presença do Espírito, prometido por Jesus, torna a
comunidade acolhedora e reconciliadora. Uma comunidade que não dá espaço para a
ação do Espírito Santo torna-se
estéril, fechada e incapaz de acolher, amar o diferente e muito menos perdoar.
A comunidade que acolhe os dons do Espírito do Senhor, não é mera instituição
engessada em normas, regimentos, funções e cargos, mas se gasta, consome-se por
amar as pessoas com o amor proposto pelo próprio Cristo Senhor.
Os dons recebidos do Espírito são para a edificação
da comunidade. Não poucas vezes tentamos apropriar-nos do Espírito
Santo ou considerar-nos plenos de todos os dons. Sabemos que o próprio Espírito Santo sopra onde quer. Nem todos
somos portadores de todos os dons do Espírito Santo.
Cada um recebe os dons de acordo com as suas qualidades que
colocados a serviço da Comunidade, é que a edificam e não sacrificam, como
muitas vezes acontece. Há frequentemente pessoas nas Comunidades, que se sentem
insubstituíveis, ou ainda aquelas que pensam que sem elas a Comunidade não
sobreviverá. Uns querem fazer tudo, outros se comprometem muito pouco, o que
empobrece a Igreja. Cada um deve saber o que faz melhor e enriquecer a
Comunidade, consumindo-se por ela, gratuitamente.
A ação do Espírito manifesta no mundo a salvação de
Deus, destinada a todo ser humano. O Espírito nos fortalece e anima a formar
comunidades comprometidas em viver a unidade na diversidade. Ele nos conduz a permanecer em
comunhão com o Senhor ressuscitado, deixando-nos envolver pela presença de amor
e vida nova.
O Espírito do
Senhor nos liberta de todas as formas de opressões, de pecado,
para vivermos fraternalmente como irmãos e irmãs. Como os discípulos, o Espírito
nos plenifica da presença de Deus, capacitando-nos para sermos anunciadores
da Boa Nova de Jesus. O Espírito age em nós e em toda a
criação, que geme em dores de parto (Rm 8,22),
aguardando a manifestação plena da salvação.
Renascidos pela água
e pelo Espírito,
nos tornamos comunidade de fé, presença e prolongamento do Cristo ressuscitado
na realidade bem concreta, sobretudo lá onde se faz mais necessário, pois assim
como em Jesus, o Espírito é derramado sobre nós e nos envia para anunciar a Boa-nova aos pobres; para proclamar a
liberdade aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os
oprimidos e para proclamar um ano da graça do Senhor.
Que nesta Solenidade de
Pentecostes se cumpra em nós esta palavra das Escrituras e nos faça
missionários sem-fronteiras.
Santo Antônio
faleceu na Festa
de Pentecostes no dia 13 de Junho de 1231. Em nossa Igreja Santo Antoninho, preparamos a Festa
de nosso Padroeiro com visitas aos Enfermos e Idosos, realizadas pelas Pupilas de nossa Reitoria: o Estudo Bíblico,
A Pastoral da
Pessoa Idosa e a Pastoral da Saúde. A Solenidade de nosso
Padroeiro será no sábado, dia 13, às 8 horas, com a bênção dos pães aos pobres,
que durante aquele dia levaremos como a Igreja do Ir a quem já não pode mais vir!
Que as Solenidades de
Pentecostes e de Santo Antoninho
nos animem a sermos verdadeiros discípulos e missionários de Jesus Cristo,
Senhor de nossa vida, neste ano que exige de todos nós, sacrifícios,
distanciamento social e a superação da Pandemia do novo Coronavírus, a
Covid-19. Não nos falte a ousada coragem de recomeçarmos com novo ânimo, novas
perspectivas e o amável desejo de nos amarmos mais do que nunca antes.
Desejando-lhes muitas bênçãos, com ternura e gratidão,
nosso abraço amigo,
Pe.
Gilberto Kasper
(Ler
At 2,1-11; Sl 103(104); 1 Cor 12,3-7.12-13 e Jo 20,19-23).
Fontes:
Liturgia
Diária da Paulus de Junho de 2020, pp. 102-107 e Roteiros Homiléticos da CNBB
do Tempo Pascal (Junho de 2020), pp. 70-75.
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