COMENTANDO A PALAVRA DE
DEUS
APRESENTAÇÃO
DO SENHOR
Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
A Festa da Apresentação do Senhor no
Templo ainda está ligada liturgicamente, às festas do Natal do Senhor. Em
alguns lugares, somente neste dia, também chamado de dia de Nossa Senhora das
Candeias, desmontam-se os presépios que lembravam o nascimento de Jesus.
Na primeira leitura, o profeta
Malaquias une as duas palavras-chaves da festa da apresentação do Senhor;
encontro e purificação. A chegada do Messias no Templo encontra um povo
desatento e despreparado. Incapazes de responder aos apelos do Salvador, o
Messias prepara para Deus um povo bem-disposto e fiel. Ele vem para queimar as
doenças do povo com o fogo devorador de sua palavra. Ele chega para lavar-nos de
todas as nossas imundícies nas águas do Batismo. Nesse texto pós-exílico, o
profeta anuncia a vinda do anjo, mensageiro divino, para renovar a aliança
entre Deus e o povo mediante a purificação do coração para o dia do Senhor, que
julgará o comportamento da sociedade injusta. Em situações complicadas, o povo
fiel aguarda a intervenção de Deus para que o ilumine.
O Evangelho de Lucas conta-nos a
Apresentação do Senhor no Templo. Quatro movimentos compõem o texto do
Evangelista. O primeiro movimento é a fidelidade de Maria e José que se
apressam ao Templo de Jerusalém para cumprirem a Lei de Moisés. O segundo
movimento é o encontro de Simeão e Jesus. Simeão viu chegar a Luz das Nações e
testemunhou em alta voz. O terceiro movimento é o encontro de Ana com Jesus.
Ela também passou a anuncia-lo a todos. O quarto e último movimento é o
encontro de Maria com a entrega de seu amado filho na cruz: “uma espada
traspassará a alma” (Lc 2,35). A Sagrada Família faz parte da história do seu
povo e do seu tempo, está inserida no contexto social e cumpre as determinações
da lei. Jesus é o Messias que veio, como servo do Senhor, para a obra da
salvação que o Pai lhe confiou. Ele, como luz, provoca-nos a nos decidirmos por
ele ou contra ele.
A Carta aos Hebreus nos ensina que o
Salvador, Jesus Cristo, filho da Virgem Maria, veio homem para cuidar de todos
nós, as pessoas humanas. Sua humanidade concedeu-lhe o poder de sentir como
sentimos, de sofrer como sofremos, de carregar os pesos que carregamos. Capaz
de ser solidário, assumindo nossa condição humana, Jesus venceu a morte e
livrou-nos da servidão do medo e da prisão do pecado. Tendo Jesus vindo ao
nosso encontro, corramos nós também ao encontro dele. Jesus, derrotando o mal e
assumindo a condição humana, torna-se sumo sacerdote por excelência, fiel e
misericordioso, aquele que nos une diretamente a Deus. Para realizar a obra da
redenção. Cristo escolhe o caminho da solidariedade com a humanidade.
As palavras de Simeão nos acompanhem
durante a semana que se inicia: “Agora,
Senhor, podes deixar teu servo partir em paz, segundo a tua Palavra. Porque
meus olhos viram a tua salvação que preparaste diante de todos os povos, luz
para iluminar as nações e glória de teu povo Israel”!
Sejam todos sempre e muito
abençoados. Com ternura e gratidão, meu abraço sempre amigo e fiel,
Pe. Gilberto Kasper
Fontes: Liturgia Diária da Paulus de
Fevereiro de 2020, pp. 21-25 e Roteiros Homiléticos da CNBB do Tempo Comum
(Fevereiro de 2020), pp.63-66.
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