COMENTANDO A
PALAVRA DE DEUS
PRIMEIRO DOMINGO DO ADVENTO
Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
“Bendito
sejais, Deus da Esperança,
Pela luz
de Cristo, sol de nossa vida,
A quem
esperamos com toda a ternura do coração.”
(Antífona para o acendimento da 1ª vela da Coroa do Advento).
Iniciando o ano litúrgico, as leituras
já nos apontam para o final: a vinda do Filho do Homem e nos dão uma luz
orientadora para nossa caminhada até sua chegada. O salmo nos ajuda a
compreender quem é o Senhor que nos mantém na caminhada: “Que Ele não deixe teu pé vacilar, que teu vigia não cochile! Não! Ele
não cochila nem dorme, o vigia de Israel.” Nesta confiança, vamos
permanecer vigilantes à espera do Senhor que vem, a cada dia, ao nosso encontro
e de toda a comunidade. “Acorramos com
nossas boas obras ao encontro de Cristo que vem”, conforme rezamos neste
domingo na oração do dia.
A visão de Isaías nos enche de
esperança de vermos a humanidade toda vivendo sob a orientação do Senhor,
andando em seus caminhos e Ele mesmo nos ensinando seu projeto. A sua Palavra
julgará as nações e os povos, e todos, ouvindo sua voz transformarão suas armas
de guerra em instrumentos de trabalho. Não mais haverá combates uns contra os
outros. Toda a humanidade sairá das trevas do ódio, da injustiça, da competição
e será guiada pela luz do Senhor. Para que esse final chegue, é urgente começar
agora.
Nosso pedido ardente neste tempo é:
Vem, Senhor Jesus! Ele já veio, vem e virá mostrar que é possível viver o
projeto definitivo do Pai. Projeto comunitário, sociedade igualitária, de
irmãos que vivem na justiça e na fraternidade. A nós cabe mudar a história da
humanidade no momento atual para que “venha
a nós” o Reino de Deus. É com a globalização da solidariedade, do
cooperativismo, da corresponsabilidade, conforme a convocação feita pelo Papa
Francisco em Lampedusa, que poderemos “estar preparados para a hora que vem o
Filho do Homem”:
“A cultura do bem-estar, que nos leva a pensar em nós mesmos,
torna-nos insensíveis aos gritos dos outros, faz-nos viver como se fôssemos
bolas de sabão: estas são bonitas, mas não são nada, são pura ilusão do fútil,
do provisório. Esta cultura do bem-estar leva à indiferença a respeito dos
outros; antes, leva à globalização da indiferença. Neste mundo da globalização,
caímos na globalização da indiferença. Habituamo-nos ao sofrimento do outro,
não nos diz respeito, não nos interessa, não é responsabilidade nossa!”
Que o Senhor nos encontre atentos,
abertos e solidários ao sofrimento dos irmãos!
Hoje existem catástrofes provocadas
por uns poucos que se sentem donos do mundo e do restante da humanidade. É
preciso acordar para a questão ecológica, para o direito das águas, das plantas
e dos animais. Mais ainda, acordar para os direitos dos pobres, das crianças, das
mulheres, dos indígenas, dos sem água, sem terra e sem teto.
Como peregrinos em travessia, seres
inacabados em processo permanente de crescimento e maturação e, vivendo num
mundo ainda não totalmente redimido, marcado por tantas discórdias, exclusões, guerras
e desrespeito à vida, recebemos do Senhor, neste domingo, o dom do seu
Espírito. Ele nos mantém vigilantes, firmes, confiantes, insistentes,
despojando-nos das atitudes e ações das
trevas para vestirmos as armas da luz.
É necessário continuar suplicando e nos comprometendo
incansavelmente com a vinda do Reino de amor, de justiça, de inclusão, de
igualdade, de solidariedade e de paz em nosso tempo.
A Palavra de Deus do Primeiro Domingo do Advento que deverá enriquecer nossa semana nos sugere duas atitudes: Vigilância e Confiança em Deus, que será capaz de
humanizar nossas relações, tornando-nos sinal de Esperança a todos os desesperançados!
Iniciamos, certamente, os preparativos
para o Natal. Músicas natalinas e luzes piscando nas Lojas, nas Praças e nas
fachadas das casas, nos fazem balbuciar inconscientemente os aromas do Natal.
Há uma corrida desenfreada para as compras de presentes. A figura do Papai
Noel, bem maior do que a pequenina Imagem do Menino Jesus na manjedoura rouba a
cena por todos os lugares, mesmo que o aniversariante seja o Menino indefeso e
minúsculo reclinado entre as palhas e o feno da estrebaria de animais.
Pensemos, então, na Campanha da Evangelização que a Igreja no Brasil propõe
para este tempo, e que neste ano tem como lema: “CUIDA DELE” (Lc 10,35). A coleta da
partilha de nossa pobreza será no Terceiro Domingo do Advento. Não levemos restos, sobras e migalhas para essa coleta. A cada
presente, decoração, guloseimas que formos comprando com o 13º salário e com
demais gastos, seria justo separarmos pelo menos 1% para a Coleta, que garante
o êxito da Evangelização em nosso Brasil, tão pobre e carente de recursos, para
anunciar essa grande alegria: Que Jesus nasceu para nós, mesmo que nem sempre o reconheçamos entre nós ou não tenhamos
preparado para Ele a manjedoura de nosso coração.
Sejam todos muito abençoados. Com
ternura e gratidão, o abraço amigo e fiel,
Pe. Gilberto Kasper
(Ler Is 2,1-5;
Sl 121(122); Rm 13,11-14 e Mt 24,37-44).
Fontes: Liturgia
Diária da Paulus de Dezembro de 2019, pp. 18-21 e Roteiros Homiléticos da CNBB
para o Tempo do Advento (Dezembro de 2019), pp. 7-
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