COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS
SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS E
SANTAS!
Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
"Alegremo-nos todos no Senhor,
celebrando a festa de Todos os
Santos.
Conosco alegram-se os anjos e
glorificam o Filho de Deus".
O Trigésimo-Primeiro
Domingo do Tempo Comum cede lugar à Solenidade de Todos os Santos e
Santas, celebrado, segundo o calendário litúrgico, no dia 1º de Novembro,
porém no Brasil, no domingo seguinte.
A
Igreja militante honra a Igreja triunfante celebrando numa única solenidade
todos os santos - são as palavras que o sacerdote pronuncia na oração da missa
- para render cumulativamente homenagem àquela multidão de santos que povoam o
Reino dos céus. A epístola repete as palavras de são João no Apocalipse: E vi
uma grande multidão, que ninguém podia contar, de todas as gentes e tribos e
povos e línguas.
Aquela grande multidão que está diante do
Cordeiro compreende todos os servos de Deus, a qual a Igreja decretou a
canonização, e todos os que - em número imensamente superior - conseguiram a
salvação, com a eterna visão beatífica de Deus.
Deus prometeu de
fato dar a eterna bem-aventurança aos pobres no espírito, aos mansos, aos que
sofrem e aos que têm fome e sede de justiça, aos misericordiosos, aos
puros de coração, aos pacíficos, aos perseguidos por causa da justiça e a todos
os que recebem o ultraje da calúnia, da maledicência, da ofensa pública e da
humilhação. Hoje todos esses santos que tiveram fé na promessa de Cristo, a
despeito das fáceis seduções do mal e das aparentes derrotas do bem, alegram-se
e exultam pela grande recompensa dada por um Rei incompreensivelmente
misericordioso e generoso. E a Igreja militante, unida pelo indissolúvel
vínculo da caridade com os filhos que passaram à melhor vida, honra-os com
particular solenidade.
A origem da festa
hodierna remonta ao século IV. Em Antioquia celebrava-se uma festa por todos os
mártires no primeiro domingo depois de Pentecostes. A celebração foi
introduzida em Roma, na mesma data, no século VI e cem anos após era fixada no
dia 13 de maio pelo papa Bonifácio IV, em concomitância com o dia da dedicação
do Panteon a Nossa Senhora e a todos os mártires. O monumento pagão assumiu o
nome cristão de Santa Maria dos Mártires. Naquele dia, durante a missa,
fazia-se chover uma chuva de rosas vermelhas. No ano de 835 esta celebração foi
transferida pelo papa Gregório IV para 1º de novembro, provavelmente por
motivos de simples comodidade, como refere João Beleth no século XII, isto é,
porque após a colheita do outono era mais fácil arrecadar comida e bebida para
a grande multidão de peregrinos que acorriam a Roma naquela oportunidade.
Todos são
chamados à vida e vocacionados à santidade, tendo como auxílio o testemunho de
tantos que são reconhecidos pela Igreja como modelo de vida. Vivendo em
plenitude as bem-aventuranças, formamos comunhão com todos os que já foram
glorificados com Cristo. É grande a multidão dos que buscaram o Senhor. Eles
estão vivendo a plenitude da vida feliz, convivendo face a face com o Deus da vida.
As leituras de hoje apontam o caminho que devemos trilhar para também
conquistar essa felicidade. São vitoriosos os que se mantêm fiéis ao projeto de
Jesus. As bem-aventuranças são o caminho da santidade proposto por Jesus. Já
somos filhos de Deus e seremos semelhantes a ele. A Eucaristia transforma-nos,
lenta e progressivamente, em seres capazes de contemplar o Pai com todos os que
já são salvos. A santidade não só é possível, mas é uma realidade.
Com frequência
ouvimos de lábios católicos e cristãos: "Não sou santo... Não nasci para ser
santo... Não sirvo para a santidade..." Tais pessoas não compreenderam
ainda o próprio Batismo. Uma vez mergulhados no útero da Igreja e tornando-nos
filhos de Deus, passamos a seres divinizados! Não divinos, mas divinizados, ou seja, candidatos à Santidade! Gosto de pensar que santo é todo aquele que
morrendo, vê Deus como Deus é: tem coisa melhor? Todo ser divinizado
procura esforçar-se para viver o Projeto de Vida de Jesus, que são as Bem-aventuranças! Se conseguirmos ou
não viver tal proposta de vida, não importa. O importante para Deus é o esforço que
empreendemos diariamente por vivê-lo, abrindo-nos à Sua graça. Gosto de
comparar esse esforço com as características da criança. Jesus afirma que entra
no Reino dos céus, quem for como uma criança. Tais características nós perdemos
facilmente quando crescemos, e penso ser necessário reconquistá-las em nossas
relações com os irmãos, conosco e com o próprio Deus:
A criança é sincera, nós ao crescermos, mentimos... E como!
A criança é espontânea, nós ao crescermos, fingimos... Por conivência ou
conveniência!
A criança é pura, nós ao crescermos maliciamos... Tudo e todos!
Oxalá possamos
reconquistar as características da criança, tornando-nos desde já candidatos à
santidade!
Desejando a todos
muitas bênçãos, com ternura e gratidão, o abraço amigo,
Pe. Gilberto Kasper
(Ler Ap 7,2-4.9-14;
Sl 23(24); 1Jo 3,1-3 e Mt 5,1-12)
Fontes: Liturgia Diária da Paulus de Novembro
de 2019, pp. 27-30 e Roteiros Homiléticos da CNBB do Tempo Comum II (Novembro
de 2019), pp. 68-72.
Nenhum comentário:
Postar um comentário