COMENTANDO A
PALAVRA DE DEUS
QUINTO
DOMINGO DO TEMPO PASCAL
Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
A 57ª Assembleia Geral da CNBB
(Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) testemunhou ainda mais a magnífica unidade e comunhão que norteia o Episcopado Brasileiro. É lindo ver como os nossos
Pastores se querem bem, se amam e buscam apontar caminhos de novo ardor
missionário para seus rebanhos, suas Igrejas particulares, cada uma com suas
características, desafios e sonhos diferentes, porém, com igual entusiasmo da
vivência de uma mesma fé. Encontro de Irmãos, Sucessores dos Apóstolos, que
buscam viver os conselhos do Evangelho de São João deste domingo: “Como eu vos amei, assim
também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisto todos conhecerão que sois meus
discípulos, se tiverdes amor uns aos outros” (Jo
13,34b-35).
Oxalá tal
testemunho seja seguido por todos nós, Ministros Ordenados junto à rica presença de tantos Leigos e
Leigas, convidados a repensarmos, convertermo-nos e
tornarmo-nos verdadeiramente uma verdadeira “Igreja em
Saída”: acolhedora, descomplicada, presente na “periferia do mundo”, que é também, a proposta de nosso amado Papa Francisco!
Sendo o tempo pascal como “se fosse um só dia de
festa”, nos é dada a oportunidade de compreender e experimentar melhor
o amor de Deus que Jesus revela por meio dos ritos litúrgicos e que devem
alcançar a totalidade da vida de seus discípulos. Neste período, oportunamente,
a Igreja é convidada a portar-se como Cristo Ressurreto, porque está
imbuída do seu Espírito. Com razão, Tertuliano chamava atenção para o fato de
que estes cinquenta dias que se estendem, desde a Vigília Pascal, chama-se “Pentecostes”, pois seu Espírito, que é amor, foi derramado no coração dos
fiéis. E para estes, durante este tempo, não cabe nenhuma atitude ou gesto de
tristeza.
Deus nos reúne em nome de Cristo e nos
encoraja a concretizar o sonho do novo céu e da nova terra. Este é o desejo de
todos os que aspiram a um mundo sem injustiça, onde cada pessoa se sinta
plenamente realizada. Fortaleçamos, nesta liturgia, os laços de amor que nos
identificam como comunidade de discípulos (a exemplo de nossos Bispos) e
discípulas de Jesus.
Assim como fizeram as primeiras
comunidades, vamos escutar a palavra de Deus e nos comprometer com sua proposta.
Ela aponta para um novo mundo, sem tristeza nem dor, e conclama a todos para a
vivência do amor.
A comunidade se organiza para
enfrentar as dificuldades e avalia a sua caminhada. Ao se despedir, Jesus deixa
à comunidade o novo mandamento do amor. A comunidade fiel e perseverante
procura concretizar a “nova Jerusalém”, dom de Deus.
A verdade do amor que é o sacramento
dos irmãos e irmãs, torna autêntico e frutuoso o sacramento eucarístico do pão
e do vinho.
A página do Livro do Apocalipse de São
João nos apresenta um trecho em que se anuncia a superação de toda tristeza,
porque há um novo céu e uma nova terra como “chão” e “tenda” sobre os quais repousará a
humanidade descansada e feliz. Este desejo de felicidade, tranquilidade e paz
habita o nosso mundo. Quantos e quantas não se esforçam por criar condições
reais de segurança para que seus filhos e filhas possam brincar e ser felizes!
Desde os mais pobres até os mais abastados, a busca por uma vida boa é uma
constante na vida. Os meios para que se realize tal desiderio, no entanto, nem
sempre são os mais condizentes com o Evangelho. Há os que se corrompem e afanam
aquilo que não lhes pertence, e está designado para o sustento e promoção do
povo, como o fizeram aqueles do famoso caso do mensalão ou aqueles políticos e
empresários implicados com a Operação “Lava Jato”. Homens e mulheres desta
categoria pertencem a um mundo que já não existe segundo a Páscoa do Senhor, pois por meio
desta não há lugar para sofrimento e dor. O que existe é uma nova cidade que
despontou com Deus e participa de seu beneplácito, porque promove a justiça e a
fidelidade à aliança. Há quem faça objeções a esta verdade de fé, apontando os
sinais de morte que se espalham ao redor. Mas, sabemos que esta verdade se
cumpre à medida que o amor de Cristo habita os cristãos e dá contorno à sua existência. É preciso que
este amor tenha a proporção do amor de Cristo, pois toda injustiça surge quando o amor tem nossa medida.
Todo cristão é um “outro Cristo”, motivo pelo qual sempre deveria agir como o próprio Cristo age nas mais diferentes
circunstâncias de nossas relações. Não podemos admitir que entre nós, existam
pessoas passando fome, sendo exploradas e judiadas, especialmente por quem
exerce algum serviço, seja eclesial, político ou
social. Nosso amado Papa Francisco deseja uma Igreja pobre para os pobres! Saibamos seguir
seu bom exemplo. Comecemos a revestir-nos de maior humildade, desprendimento, simplicidade e de profunda ternura: cristãos todos e todos os cristãos, nas diversas missões de serviço gratuito pela construção
de um Reino de Deus alicerçado no amor, na verdade, na justiça, na liberdade e na PAZ!
Desejando-lhes copiosas bênçãos, com ternura, meu abraço fiel e
amigo,
Padre Gilberto Kasper
(Ler At 14,21-27; Sl 144(145); Ap 21,1-5 e Jo 13,31-35).
Fontes: Liturgia Diária da Paulus de Maio
de 2019, pp. 67-70 e Roteiros Homiléticos da CNBB para o Tempo Pascal (Maio de
2019), pp. 42-45.
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