COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS
SEXTO DOMINGO DO TEMPO COMUM
Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
Este domingo das
bem-aventuranças nos recorda que somos felizes por depositar nossa confiança em
Deus e nossa esperança na pessoa de Jesus. Cristo quer a felicidade para todos,
e nosso coração é convidado a permanecer sempre perto dele, abrindo-se à luz de
sua ressurreição. O Senhor é o rochedo que nos abriga e a fortaleza que nos
protege.
A página do Livro do
Profeta Jeremias faz um contraste entre os que confiam em Deus e os que confiam
mais nas pessoas e meios humanos. A autossuficiência pode levar ao esquecimento
do Senhor. A bênção nasce da confiança em Deus e acompanha um projeto de vida
conforme ao coração dele. Quem nele confia é como árvore à beira da água: verde
e viçosa, sempre em condições de produzir bons e muitos frutos.
O Evangelho de São Lucas
mostra Jesus descendo da montanha e proclamando o “discurso da planície”.
Diante da multidão e de muitos discípulos, anuncia as “felicitações” e as “maldições”.
As bem-aventuranças são um anúncio de felicidade para determinados grupos de
pessoas, não um convite ao conformismo. Lucas proclama também os “ais ou
maldições” contra “ricos e bem instalados” e os convida a ser solidários com os
pobres. Os ricos e abastados aqui não são apenas os economicamente
privilegiados. Muitos de nós, para sermos ricos, só nos falta mesmo o dinheiro,
até porque “panca de ricos” nós já possuímos. Trata-se de pessoas vazias de
valores essenciais e que pensam que podem tudo pelo dinheiro, fama, prestígio,
poder, cargos e funções. Pessoas que se fecham à graça de Deus e aos dons do
Espírito Santo. Pessoas dignas de dó. Pobre, verdadeiramente pobre é aquele que
sente a necessidade da presença e do amor de um Deus loucamente apaixonado pela
humanidade.
Na comunidade de Corinto,
havia muitos que não acreditavam na ressurreição. Paulo procura mostrar que a
ressurreição de Cristo é o centro e o fundamento de nossa fé e o que dá sentido
à nossa vida. Se dizemos que não há ressurreição, Cristo, portanto, não ressuscitou
e, se ele não ressuscitou, nossa fé de nada serve.
O Evangelho de Lucas e as
leituras deste domingo nos levam a refletir sobre o protagonismo que Deus e as
suas propostas trazem para a nossa vida, se confiarmos a nossa existência neste
projeto divino e não nos conformarmos com a lógica deste mundo. Não se trata
apenas de não confiarmos na força daqueles que nos rodeiam e de denunciar a
autossuficiência de uma humanidade que já não precisa de Deus, mas de acreditar
e viver a confiança de que o Senhor é a rocha segura que tudo sustenta.
As bem-aventuranças são
um autorretrato de Jesus. É Ele o pobre, o esfomeado, o que chora pelos pecados
do mundo, o odiado ao ponto de ser crucificado, sem ter feito nada que pudesse
merecer tal condenação. Jesus e sua extrema lição de amor e serviço em seu
sacrifício de cruz, se oferece todos os dias na Eucaristia.
Estaríamos dispostos a
seguir, de verdade, os passos que Jesus caminha em direção à ressurreição,
passando antes pela humilhação da cruz?
Desejando-lhes muitas
bênçãos, com ternura e gratidão, meu abraço,
Pe. Gilberto Kasper
Ler: Jr 17,5-8; Sl 1; 1 Cor 15,12.16-20 e Lc 6,17.20-26.
Fontes: Liturgia Diária da Paulus de Fevereiro de
2019, pp. 66-69 e Roteiros Homiléticos da CNBB do Tempo Comum (Fevereiro de
2019), pp. 21-24.
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