COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS
SÉTIMO DOMINGO DO TEMPO COMUM
Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
No Sétimo Domingo do
Tempo Comum bendizemos o Senhor bondoso e compassivo, celebrando a Eucaristia,
memorial da paixão, morte e ressurreição de Jesus. Nela somos convidados a
fazer a experiência do amor misericordioso de Deus e refletir esse amor com
nossa vida, superando o espírito de ódio e vingança para darmos lugar ao perdão
e à bondade.
O Primeiro Livro de
Samuel nos apresenta Davi que se recusa a eliminar seu adversário, pois
reconhece nele o “ungido do Senhor”, ou seja, aquele que recebeu de Deus a
missão de governar o povo de Israel. Assim, dá uma demonstração de perdão ao
“inimigo político”. Deus quer o ser humano vivo. Da mesma forma, a pessoa também
deve querê-lo vivo, ainda que seja seu adversário.
No “sermão da planície”
de Lucas, Jesus nos ensina a viver como seus seguidores. O cristão faz a
diferença na vivência do amor até aos inimigos. Jesus nos propõe algo difícil
de assumir, mas não impossível. Amar os inimigos significa amar a todos, não
apenas os familiares, os amigos e os conterrâneos. Sejamos misericordiosos como
“Deus é misericordioso”.
Paulo continua falando à
Comunidade de Corinto a respeito da ressurreição, que deve ser vista como nova
criação, pois pertence ao Espírito de Deus. Para mostrar como os mortos
ressuscitam, apresenta o confronto entre Adão (um ser vivo) e Cristo (um ser
vivificante).
A grande chave para que
possamos compreender toda a dimensão do amor proposto por Jesus está
apresentado e visto como uma regra de ouro: “o que vós desejais que os outros
vos façam, fazei-o também vós a eles” (Lc 6,31). Somente
quando nos colocamos no lugar do outro, quando nos envolvemos com o nosso
próximo, podemos compreender as suas motivações e assim, perdoá-lo,
compreendê-lo e acolhê-lo. Este ideal pressupõe uma fé madura no uso da
liberdade: ser livre para amar não como eu quero, mas como Deus quer que
amemos. Seguindo este critério, a nossa atitude em relação aos outros não pode
ser de forma diferente daquela que Cristo viveu e nos ensinou: sejamos
misericordiosos como o Pai é misericordioso. Deus não nos trata segundo nossas
faltas, mas ama a todas as pessoas, indistintamente, com amor eterno e as
cumula com a abundância de seus bens. Se vivermos segundo esse critério,
seremos filhos do Altíssimo e será a nossa recompensa nos céus.
A base de todo
discipulado de Jesus é o amor ao próximo e em particular aos que nos perseguem.
Isso não é simples como parece. Mas o convite para nós, neste domingo, é que
nos esforcemos para amar, sem nenhum fingimento ou hipocrisia, também aqueles
que nos judiam, nos difamam, nos crucificam com os pregos da língua felina e
tantas vezes mentirosa. Eis o grande desafio para cada de um nós!
Desejando-lhes muitas
bênçãos, com ternura e gratidão, meu abraço,
Pe. Gilberto Kasper
Ler: 1 Sm 26,2.7-9.12-13.22-23; Sl 102(103); 1 Cor 15,45-49 e Lc
6,27-38.
Fontes: Liturgia Diária da Paulus de Fevereiro de
2019, pp. 84-88 e Roteiros Homiléticos da CNBB do Tempo Comum (Fevereiro de
2019), pp. 25-27.
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