COMENTANDO A
PALAVRA DE DEUS
SOLENIDADE
DA EPIFANIA DO SENHOR
Meus
queridos Amigos e Irmãos na Fé!
A festa da Epifania celebra a manifestação de Jesus Cristo, luz e salvação de Deus, a todos os povos e nações. Jesus é o verdadeiro Messias, o rei justo, o libertador, esperado por todas as pessoas
comprometidas em construir o Reino da justiça. Os sábios do
Oriente representam os que se deixam guiar pela luz, pelo projeto de Deus a
serviço da vida plena. Eles experimentaram uma grande alegria ao encontrarem Jesus, o rei dos judeus, e o adoram, oferecendo-lhe os seus presentes.
As promessas das Escrituras acerca do Messias são compreendidas à luz da fé
na ressurreição. Quem se deixa iluminar pela sabedoria de Deus, acolhe e reconhece
Jesus como o Messias prometido, o portador da salvação a toda a humanidade. A ambição,
o poder, como os de Herodes, leva a rejeitar a presença do Salvador desde o seu nascimento. A
atitude dos reis, que chegam de longe para adorar o Menino, contrasta com a dos chefes de
Jerusalém que tramam sua morte.
Somos convidados a seguir o exemplo
dos magos: guiados pela estrela, caminhar ao encontro do salvador da
humanidade. A páscoa de Cristo se manifesta como luz na vida de todos nós que
esperamos a revelação do Senhor e ansiamos por unidade, justiça e paz.
Contemplemos nas leituras a glória do Senhor, luz que ilumina e
reúne em torno de si toda a humanidade, e acolhamos com fé a manifestação do
recém-nascido, nosso salvador.
Abandonemos o desânimo e olhemos para
frente com esperança, pois a glória de Deus já se manifestou sobre a
humanidade. Precisamos descobrir a estrela que nos guie de forma segura ao
longo do ano. Já não há povo excluído das promessas divinas, manifestadas em
Jesus. Deus se manifesta a todos os povos na pessoa frágil do menino Jesus.
O episódio dos reis magos acentua o
acolhimento de Jesus e sua mensagem pelos gentios e
prefigura a missão universal dos discípulos de evangelizar “todas as nações”. É um apelo bem atual
para a nossa realidade. O itinerário
percorrido pelos magos propõe o caminho para encontrar Jesus. Ao descobrir os sinais (a estrela), eles se colocam no caminho,
perguntam aos que conhecem as Escrituras, procuram até encontrá-lo e o adoram,
aderindo a ele com a fé e a vida.
O encontro com o Senhor transforma a
nossa vida. Sua presença e palavra nos iluminam e nos convidam a levantar,
comprometendo-nos a construir um caminho novo de libertação. Em Cristo nos tornamos discípulos e discípulas, participantes da mesma
herança, do mesmo corpo, da mesma promessa de salvação. A “Epifania” do Senhor nos proporciona
viver a comunhão e a fraternidade com todos os povos do universo.
Lá na periferia, longe do palácio
real, “os magos viram o menino com Maria,
sua mãe, e, prostrando-se, o adoraram. Em seguida, abriram seus cofres e
ofereceram-lhe presentes: ouro, incenso e mirra” que indicam,
respectivamente, a sua realeza, divindade e incorruptibilidade.
A estrela que leva os cristãos a Jesus nos dias atuais, é a fé recebida, como dom gratuito no dia em que
mergulhados no útero da Igreja, a Pia Batismal. Adotados da sabedoria divina,
nosso horizonte aponta a “estrela” que nos conduz a Jesus. Além disso, todo cristão é
convidado a ser estrela a qualquer pessoa que esteja à procura de Jesus. É interessante que os Magos procuram saber o itinerário com
Herodes, porque nem de longe poderiam imaginar que aquele rei não soubesse do
acontecido em Belém. Enganados pelo rei invejoso, tomam caminho adverso, depois
de encontrar-se com Jesus. Mesmo assim não conseguem evitar
que a inveja incontrolável de Herodes mande matar todos os meninos com menos de
dois anos de idade. Seria insuportável conceber um rei em seu lugar, ou então,
alguém superior a ele.
Quantas vezes, entre nós, vestimos a
inveja de Herodes, degolando (com nossa língua maldosa) e “armações diabólicas,
porque mentirosas e enganadoras” nossos irmãos por pura inveja?
Há quem engane o itinerário até Jesus. São aqueles que se rogam o direito de julgar, condenar e despistar,
para não dizer, enxotar as pessoas de nossas Comunidades: seja por ignorância,
seja por pura inveja, esta que cheira a Herodes!
Como seria bom e agradável ao Senhor,
que a Epifania fosse mais real, sincera,
sentida e comprometida em nossas Comunidades Eclesiais, Políticas e Sociais.
Ainda há tempo de conversão! Sejamos a Estrela que conduza nossos irmãos a Jesus o Salvador!
Desejando-lhes
muitas bênçãos, com ternura e gratidão, o abraço amigo e fiel,
Pe. Gilberto Kasper
(Ler Is
60,1-6; Sl 71(72); Ef 3,2-3 a.5-6 e Mt 2,1-12)
Fontes: Liturgia Diária da Paulus de
Janeiro de 2019, pp. 32-36 e Roteiros Homiléticos da CNBB do Tempo de Natal (Janeiro
de 2019), pp. 42-46.
Nenhum comentário:
Postar um comentário