COMENTANDO A
PALAVRA DE DEUS
TRIGÉSIMO
TERCEIRO DOMINGO COMUM
Meus
queridos Amigos e Irmãos na Fé!
A Liturgia da Palavra do Trigésimo Terceiro Domingo do Tempo Comum traz consigo um sabor de despedida, de término, de fim! É o penúltimo
domingo do Tempo Comum, em que Jesus prepara os seus
interlocutores à vigilância!
A celebração deste domingo nos motiva
a assumir a condição de peregrinos nesta terra, onde tudo é efêmero e
provisório. O céu e a terra passarão, a Palavra de Deus não passará. Ele nos pede vigilância e discernimento ativo dos sinais dos tempos, em atitude de esperança pela manifestação gloriosa da
majestade do Senhor.
Aguardando a plena manifestação de
Deus na plenitude dos tempos, vivamos intensamente o presente, nos esforçando
em dar o melhor de nós, na esperança de que um mundo novo é possível. Enquanto
aguardamos a vinda final de Jesus, não podemos ficar parados. Novos céus e nova
terra são possíveis, começando aqui e agora.
Somos
convidados a ter os olhos bem abertos e os ouvidos bem aguçados para perceber
os sinais do Reino de Deus. Para não sermos surpreendidos pelos acontecimentos,
é necessário estar sempre alertas. Jesus se revela na assembleia reunida e
também nas situações do dia a dia. Manifestemos nossa confiança no Senhor, a quem
a vida e a história humana se submetem. Todos os sábios e virtuosos,
santificados por Cristo, serão acolhidos pelo Pai celeste. Vindo de todos os
cantos da terra, brilharão para sempre como as estrelas no firmamento.
Qual será o destino dos bons e dos
maus? Precisamos estar atentos aos sinais dos tempos, que nos mostram a
presença e a ação do Filho de Deus. Cristo se oferece como sacrifício
definitivo para a salvação da humanidade.
Há uma pergunta que não quer calar: “quando o mundo acabará? Vai
mesmo acabar? Como seria?”. A resposta de Jesus supera
toda e qualquer curiosidade e banalidade: primeiro, é preciso ver os sinais do Reino já presentes na história;
segundo, confiar na Palavra de Deus, pois os sinais passam, mas a Palavra permanece para sempre; por último, só o Pai sabe o dia e a hora,
de forma que não cabe à comunidade cristã especular sobre esse assunto.
Não são poucos os cristãos que hoje
ficam preocupados com as afirmações o sol “está escurecendo”, a lua “não brilha
mais”, estrelas “começarão a cair do céu” e as “forças do céu... serão
abaladas”. Não faltam visões de anjos, arcanjos, querubins e serafins “subindo e
descendo em todas as direções”. Seria esta a mensagem do evangelho de Jesus,
hoje proclamado?
O discípulo missionário sabe que, para
efetivamente anunciar o Evangelho, deve conhecer a realidade à sua volta e nela
mergulhar com o olhar da fé, em atitude de discernimento.
O Concílio Ecumênico Vaticano II nos
conclama a considerar atentamente a realidade, para nela viver e testemunhar
nossa fé, solidários a todos, especialmente aos mais pobres.
O discípulo missionário observa, com
preocupação, o surgimento de certas práticas e vivências religiosas,
predominantemente ligadas ao emocionalismo e ao sentimentalismo. O fenômeno do
individualismo penetra até mesmo certos ambientes religiosos, na busca da
própria satisfação, prescinde-se do bem maior, o amor de Deus e o serviço aos
semelhantes.
A espiritualidade, a vivência da fé e
do compromisso de conversão e transformação nos orienta para a construção da
caridade, da justiça, da paz, a partir das pessoas e dos ambientes onde há
divisão, desafetos, disputas pelo poder ou por posições sociais. Este é um
tempo em que, através de “novo ardor”, “novos métodos e nova expressão”,
respondamos missionariamente à mudança de época com o recomeçar a partir de
Jesus Cristo.
Como seria bom, se ao invés de
preocupar-nos com o fim do mundo, nos ocupássemos com a promoção da dignidade
no mundo. Só quem sente o quanto é bom ser bom, sabe que a bondade salvará até
mesmo os que consideramos menos bons. Não canso de pensar e renovar o propósito
de tentar sempre. Pois o que determinará meu fim último é o esforço que
empreendo por ser melhor hoje do que fui ontem. A coerência entre o que penso,
rezo e vivo, é que será meu acesso à eternidade feliz, junto ao colo d’Aquele
que me gerou antes mesmo de ser planejado. Sejam
todos muito abençoados. Com ternura e gratidão, o abraço sempre amigo e fiel,
Pe. Gilberto Kasper
(Ler Dn
12,1-3; Sl 15(16); Hb 10,11-14.18 e Mc 13,24-32).
Fontes: Liturgia
Diária da Paulus de Novembro de 2018, pp. 69-72 e Roteiros Homiléticos da CNBB
de Novembro de 2018, pp.
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