sexta-feira, 24 de agosto de 2018

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS VIGÉSIMO PRIMEIRO DOMINGO COMUM - PADRE GILBERTO KASPER

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS
VIGÉSIMO PRIMEIRO DOMINGO COMUM
VOCAÇÃO DOS DIVERSOS
MINISTÉRIOS E SERVIÇOS NA COMUNIDADE
ESPECIALMENTE OS CATEQUISTAS

Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!

           
Com o Vigésimo Primeiro Domingo do Tempo ComumMês Vocacional – agradecemos a rica presença dos diversos Ministérios e Serviços, especialmente os milhares de Catequistas, na Igreja toda ela ministerial e missionária! Todos os batizados são sacerdotes e sacerdotisas na Igreja de Jesus Cristo! São belíssimos os ministérios e serviços que conduzem crianças, adolescentes, jovens, noivos e adultos à presença do Senhor, que se faz alimento da PALAVRA e alimento EUCARÍSTICO às Comunidades comprometidas com um mundo mais digno e humano! Quão sublime é o Serviço dos Catequistas tão zelosos, dos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão Eucarística, dos Agentes da Pastoral da Saúde, da Pessoa Idosos e tantos outros em nossas Comunidades!
          É sempre uma graça e uma bênção estarmos reunidos, celebrando o mistério pascal de Cristo acontecendo em nossa vida e em nossos trabalhos, especialmente dos Ministros não ordenados, nossos Agentes de Pastoral com a Igreja Missionária de Jesus. Na Páscoa de Jesus, Deus revelou a sua opção pela humanidade. Jesus venceu, pela cruz, todos os limites que impedem a vida humana de ser feliz e divina.
          No centro do Evangelho deste domingo, está Pedro, que, questionado por Jesus, o identifica como Filho de Deus. E, falando em nome do grupo, decide seguir Jesus: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que Tu és o Santo de Deus”.
          Damos graças por essa opção de Deus por nós e pela presença da páscoa libertadora. Abrimos o coração à interpretação que Jesus nos faz, como fez a Pedro, e, a exemplo dos apóstolos, queremos estar com Ele no caminho e na luta por uma sociedade diferente, nova e fraterna. Ele nos encoraja a abandonar os ídolos, que nos levam à destruição e à morte.
          Há uma pergunta nos bastidores da Igreja e na consciência dos cristãos: o que significa e implica servir ao Deus verdadeiro, nos dias de hoje?
          É duro admitir que a fé na Eucaristia não seja unicamente crer na presença de Jesus nas espécies de pão e vinho, mas também no pobre, no aleijado, no espoliado, no maltrapilho, e que Ele encarna-se na realidade concreta das pessoas. O que significa ser pão para os outros? Por que muita gente se escandaliza e cai fora quando mostramos os compromissos da Eucaristia? Aparece hoje certo “espiritualismo eucarístico” que esconde e escamoteia a encarnação de Jesus no contexto histórico.
          A fé exige decisão e adesão sem reservas àquele cujas palavras prometem e comunicam a vida eterna. Jesus é efetivamente o enviado que Deus consagrou. A escola para segui-lo não suprime a liberdade e não impede a possibilidade de traição. Seguir Jesus impõe condições que nem todos aceitam. Servir o Senhor da vida é penoso e exigente, e podemos sucumbir à tentação de “ir embora” e largar o seguimento.
          Hoje existem formas discretas de nos retirar da caminhada sem dar muito na vista: ficar na comunidade sem assumir ou sem se importar com o projeto de Jesus, vivendo uma religião como rotina, para ter a consciência em paz; escolher trechos mais convenientes do Evangelho e fingir não ver as exigências cristãs da caridade, da justiça e da ação transformadora da sociedade; inventar um Jesus a nosso gosto, que nos incomode pouco, ou nada, e faça sempre a “nossa vontade”.
          Será que é possível se dizer cristão, frequentar a igreja, sem de fato ter tomado uma decisão verdadeira de seguimento a Jesus e de compromisso com o seu projeto?
          A Eucaristia nos coloca diante de Cristo e nos pede uma opção pronta e decisiva. A Palavra proclamada é luz, e o pão que recebemos é força e alimento, em vista de uma resposta positiva e responsável.
          Gosto de lembrar-me de duas pequenas estórias que iluminam minha relação com os efeitos da Eucaristia em minha vida: o silêncio e a ternura de um beijo! Em determinada Igreja havia um homem, que diariamente, sentado no último banco, olhava para o Sacrário, sem dizer uma única palavra. O homem olhava para Jesus no Sacrário e sentia Jesus olhando para ele. Em outra Igreja, uma menina de cinco anos de idade, dando voltas pelo sacristão que preparava a mesa para a celebração da Missa, vendo a hóstia grande na patena sobre o altar, a ser consagrada na celebração, subiu num banquinho e beijou a hóstia. Ao ver aquilo, o sacristão disse: “Oh! Menina bobinha. Porque fica beijando esta hóstia na patena, se Jesus nem aí está?” A Menina replicou: “Eu sei que Jesus ainda não está nesta hóstia. Mas quando chegar encontrará meu beijo!...”.
          Saibamos nós mergulhar no mistério da Eucaristia de tal modo maduro, e mais do que isso: anunciar Jesus com atitudes decisivas e coerentes entre o que celebramos, dizemos e fazemos!
          Sejamos os Ministros e Catequistas a serviço de nossas relações sempre! Com muitas bênçãos, ternura, gratidão e abraço amigo,
Padre Gilberto Kasper

(Ler Js 24,1-2.15-18; Sl 33(34); Ef 5,21-32 e Jo 6,60-69)
FONTES: Liturgia Diária da Paulus de Agosto de 2018, pp. 88-91 e Roteiros Homiléticos da CNBB do Tempo Comum de Agosto de 2018, pp. 22-26.

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