COMENTANDO A
PALAVRA DE DEUS
DÉCIMO NONO
DOMINGO DO TEMPO COMUM
DIA DOS
PAIS
SEMANA NACIONAL DA FAMÍLIA
HORA DA
FAMÍLIA
“O Evangelho da
Família, alegria para o mundo”.
Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
Agosto é o mês vocacional. No dia dos pais,
somos convocados pelo Senhor e estamos reunidos na força do seu Espírito, para
render graças, bendizer o nome de Deus, nos alimentar com a Eucaristia e com a Palavra. É o Dia do Senhor, a Páscoa semanal dos cristãos. Nosso
dia de descanso e louvor. Iniciamos, com alegria, a Semana Nacional
da Família, que neste ano tem por tema a ser
refletido: Hora da Família – “O Evangelho da Família, alegria para o mundo”. Este também é tema do IXº Encontro Mundial das Famílias com o
Papa Francisco, de 22 a 26 de agosto em Dublin na Irlanda.
A alegria da celebração se esconde na
oração do dia: “Deus..., a quem ousamos
chamar de Pai, dai-nos cada vez mais um coração de filhos, para alcançarmos um
dia a herança que prometestes”.
É dia de festa e alegria, porque o carinho e a bondade de Deus,
nosso Pai, se manifestam e nos atingem pela missão e presença amiga de nossos
pais. Neles, Deus se mostra e revela o seu amor por nós. Os pais são sacramento
e sinais do amor de Deus.
Jesus, conhecido como filho de José e
Maria, se declara o Pão vivo descido do céu. Ele se revela na
partilha do pão e nas pessoas que lutam para sustentar e proteger a vida.
A experiência de Elias é a nossa
inspiração. Com a Igreja no mundo inteiro, rezamos: “Considerai, Senhor, vossa aliança, e não abandoneis para sempre o vosso
povo. Levantai-vos, Senhor, defendei vossa causa, e não desprezeis o clamor de
quem vos busca” (antífona de entrada).
Só por revelação de Deus é possível
conhecer a condição de Filho amado do Pai, enviado como penhor de salvação, portador
de vida eterna para a humanidade e pão da vida, que alimenta na longa caminhada
rumo à casa do Pai.
E, por conseguinte, o ser humano não
pode conhecer Jesus por iniciativa própria. É o Pai quem coloca, no coração
humano, o desejo de conhecer seu Filho e abrir-se ao seu Evangelho. Quem se
deixa instruir pelo Pai torna-se discípulo de Jesus.
Seguir Jesus, acreditar nele, é ter a
vida eterna, desde agora. E a vida eterna é a vida de comunhão que une o Pai
com o Filho. Dessa vida, Jesus é o pão. Ele a alimenta com o seu testemunho, o
seu ensinamento, com a entrega da sua existência. A morte não põe fim a essa
vida, como aconteceu com os que se alimentaram com o maná no deserto. O pão da
vida nos liberta da morte. É a carne, o seu corpo, que vai sofrer a morte na
cruz, o que nos dá vida. Assim, aquilo que causava incredulidade dos
representantes do povo (é o que o termo “judeus”
significa em João), a humanidade de Jesus, é na verdade matéria de fé e fonte
de vida.
Esta humanidade de Jesus deve nos
levar a valorizar a fome e a sede concretas e históricas dentro do dom da vida
eterna. Comungar na carne de Jesus nos faz irmãos de todos e cria entre nós uma
comunidade de iguais, de pessoas que se perdoam mutuamente e vivem na doação da
vida. Somente se dermos vida seremos “imitadores
de Deus”. A vida em todas as suas formas e expressões. Dar vida pode
significar dar a sua própria vida, e sobre isso, temos belos e dolorosos
exemplos na Igreja que está no Brasil.
A Palavra de Deus neste domingo é uma catequese sobre a vida. Nossas aspirações e
lutas diárias giram em torno da vida e nascem na força da Palavra:
- a luta contra a fome e as doenças é
para preservar e prolongar a vida;
- a luta pela justiça e pela paz é
para evitar os conflitos, a violência e as guerras que destroem vidas;
- Campanhas feitas pela Igreja no
Brasil, como a Campanha da Fraternidade, a Semana Nacional da Família desta semana, são para promover a vida onde ela está ameaçada;
- a luta pelo desenvolvimento é para
melhorar os níveis de vida;
- a ciência faz esforços enormes para
afastar as causas de morte e elevar a expectativa de vida;
- a educação prepara a vida;
- a filosofia pretende dar sentido e
interpretar a vida...
Nossa busca fundamental é viver e
lutar para que a vida seja mais humana e feliz. Nossa tragédia é não poder
vencer a morte. Diante dessa realidade humana, Jesus apresenta-se Pão que dá a vida sem fim ao
mundo.
A experiência de Elias nos ajuda a
enfrentar os dissabores da missão, que exige esforço grande para ser realizada
com as próprias forças. Há necessidade imperiosa de caminhar sempre, apoiados
nas forças do alimento que nos mantém vivos, rumo à felicidade plena.
A Palavra de Deus deste domingo, temperada com o Dia dos Pais e Abertura da Semana Nacional da Família, coloca-nos diante das Urgências de nosso Plano Arquidiocesano de
Pastoral. Todos sabemos que a Igreja pensada por Jesus Cristo, faz partícipes
da grande Família de Deus todos os
batizados, tornando-nos filhos de um mesmo Pai e irmãos de Jesus Cristo!
O convite é respondermos: Qual é a Família ideal,
querida por Deus? Qual é a Família real, que formamos em nosso tempo? Quais os desafios a serem
superados para resgatarmos a verdadeira Família amada tão loucamente por Deus
Pai? Como e o
que fazer, a fim de resgatarmos a dignidade de nossas Famílias,
tão surradas por uma Cultura de Sobrevivência desumana e que desumaniza
galopantemente nossas Famílias? O que cada um de nós poderá
fazer para reerguer nossas Famílias colocadas de bruços por conta de um tripé
de contravalores agressivos e animalescos, como: o Consumismo, o Hedonismo e o Individualismo?
Rezemos,
cantando com a Oração pela Família do Padre Zezinho: “Que nenhuma família comece em qualquer de repente... Abençoa,
Senhor, as Famílias, Amém!”.
Padre
Gilberto Kasper
(Ler 1 Rs
19,4-8; Sl 33(34); Ef 4,30-5,2 e Jo 6,41-51)
Fontes: Liturgia Diária da Paulus de
Agosto de 2018, pp. 46-49 e Roteiros
Homiléticos da CNBB do Tempo Comum de Agosto de 2018, pp. 12-16.
Nenhum comentário:
Postar um comentário