CARTILHA DE ORIENTAÇÃO POLÍTICA!
Pe.
Gilberto Kasper
Mestre
em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em
Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente e Coordenador da
Teologia na Faculdade de Ribeirão Preto da UNIVERSIDADE BRASIL e UNIESP S.A., Assistente
Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Assessor da Pastoral da
Comunicação e Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de
Ribeirão Preto e Jornalista.
Nem sempre conseguimos equilíbrio entre as paixões políticas
ideológicas, partidárias e a abertura aos que são, pensam, militam
diferentemente de nós. Ao invés de adversários políticos, ouvimos gritos de “inimigos” daqui e dali. A Cartilha de
Orientação Política distribuída amplamente às Comunidades de nossa Arquidiocese
de Ribeirão Preto deixa isso muito claro na página 10, principalmente quando
afirma “de que Igreja Católica louva e
aprecia o trabalho de quantos se dedicam ao bem da nação e tomam sobre si o
peso de tal cargo, a serviço dos homens [...]”. Aqui vemos sublinhado de
que o Bem Comum será sempre
fundamental e referência para qualquer pessoa que se apresente para integrar o
mundo da política. Política não é meio de vida, não permite que homens e
mulheres defendam antes do bem comum,
projetos de vida pessoal, partidária, corporativista, cada um cuidando tão
somente de “seu metro quadrado”.
Esta segunda parte da Cartilha, lembra
alguns trechos da mensagem vídeo do Papa Francisco aos participantes do
encontro de políticos católicos em Bogotá, em dezembro de 2017. O Papa
Francisco lembra a “necessidade de reabilitar a dignidade da política”, de que
“precisamos de políticos que, em primeiro lugar, preservem o dom da vida em
todas as suas fases e manifestações”, bem como que “devemos nos encaminhar rumo
a democracias maduras, participativas, sem as chagas da corrupção [...]”. Já
num dos pronunciamentos, o Papa no Peru, questiona: “Por que tantos
ex-presidentes da América do Sul estão sendo presos, acusados de tanta
corrupção?”
Embora exista o esforço por manter
Escolas de Fé e Política, ainda são muito tímidas as adesões para essa
formação. Muitíssimos dos Agentes de Pastoral, Fiéis e nem por último, Clérigos
só se deparam com as questões políticas às vésperas das eleições. A Cartilha
sugere que “a formação da consciência
política dos leigos não fique restrita aos períodos eleitorais. No dia a dia
das comunidades cristãs se realizam palestras, fóruns com a participação de
especialistas e lideranças sobre temas e realidades da vida sociopolítica,
econômica, jurídica e cultural”. Somos “provocados” a perguntar-nos se
realmente abrimos espaço em nossas Comunidades para que um maior número de
fiéis se interesse e se comprometa com questões políticas, ou se ficamos
alienados, e por isso coniventes com um cenário político desolador, como é o do
momento atual?
A Cartilha também faz referência à Lei
contra a corrupção eleitoral e a Lei da “FICHA LIMPA”. “A ‘Ficha Limpa’ se originou de um projeto de lei de iniciativa popular
em que a participação ativa das comunidades católicas, na coleta de
assinaturas, foi fundamental”.
A
segunda parte da Cartilha trata do “Incentivo
aos leigos e leigas na vida pública”. Lembra que “As eleições deste ano acontecem no contexto do Ano Nacional do
Laicato”. Por meio do Documento 105 da CNBB: “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade, A Igreja sente a
necessidade de maior presença do laicato católico no âmbito político, com
convicções éticas e religiosas, tornando-se referência nos espaços políticos”.
”A CNBB estimula maior participação dos leigos na política, vencendo o
preconceito comum de que a política é coisa suja e supérflua; ao contrário, ela
é essencial para a transformação da sociedade”.
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