COMENTANDO A
PALAVRA DE DEUS
QUARTO
DOMINGO DA QUARESMA – LAETARE
Meus queridos Irmãos na Fé!
“Alegra-te, Jerusalém!
Reuni-vos, vós todos que
amais;
vós que estais tristes,
exultai de alegria!
saciai-vos com a
abundância de suas consolações” (Is 66,10s).
O Quarto Domingo da Quaresma – Laetare – Domingo da Alegria, antecipa os deleites da celebração que a Quaresma nos convida a preparar: A festa da Páscoa do Senhor! Este domingo nos lembra que o rico tempo da Quaresma é uma grande proposta de
renovação a partir da conversão e de nossa profissão de fé no Cristo vivo e ressuscitado no meio de nós! Eis a razão de nossa vida cristã, a motivação de nossa esperança
num mundo mais alegre, fraterno, solidário e digno!
É necessário, contudo, fazer uma opção
clara e decidida por Jesus, iluminados por ele e sustentados por seu espírito,
esta opção nos torna capazes de cativar os que andam nas trevas e de
desmascarar os projetos que nos mantém nas sombras da noite da injustiça e da
pobreza. Basta lermos os jornais e observarmos o Congresso Nacional, que
legisla a favor de passagens aéreas aos seus cônjuges em detrimento de aumentos
exacerbados de energia elétrica, impostos sem fim, sem pensar nos aumentos
assombrosos do custo de vida de nosso povo. O mesmo povo sendo traído por
aqueles em quem votou.
Do Livro das Crônicas concluímos: a
história de amor entre Deus e o homem nunca termina como uma condenação. O
homem, ao negar-se a seguir o caminho de Deus, se condena e se destrói.
Entretanto, nunca será o mal que prevalecerá, mas o amor de Deus.
Do Evangelho de Marcos colhemos o
ensinamento de que alcança a salvação quem tem a coragem de doar a sua vida,
como fez Jesus. Quem não aceita doar a vida e escolhe o egoísmo, os prazeres e
as satisfações, condena-se à morte e, portanto destrói a própria vida. Eis os
apelos do Papa Francisco, de superarmos a Cultura do Consumo e do Descartável.
Geralmente temos o hábito de mais
justificar do que reconhecer nossos limites e, pior: procurar um culpado fora
de nós, ao invés de reconhecê-lo nos porões de nossa própria consciência. Feio
mesmo, é tentar esconder nossos pecados atrás dos defeitos dos outros. Os que
se consideram prepotentemente mais espertos, ou os mais “certinhos”, geralmente são fortes diante dos fracos, mas na verdade se tornam fracos
diante dos fortes (os Humildes e Servidores)! Sempre
penso que misericórdia mais justiça são
igual ao amor!
Jesus que freqüenta os pecadores, dá
uma nova oportunidade ao desonesto (Zaqueu), ao impuro (a Mulher Adúltera) ou
mesmo ao bandido (o Ladrão). Aqueles que não teriam tido nenhuma ocasião de
conversão encontram Jesus. Eles crêem. Eles têm fé na ternura de Deus. Experimentaram toda
a reprovação de seu meio social. Ouviram a palavra espontânea que condena sem
apelação. E depois... Jesus veio. Já não esperavam nada da mediocridade humana.
De repente, a fé em Jesus transformou a vida deles: Eis a grande
notícia do Domingo da Alegria!
Na Carta
aos Efésios, aparece claramente que não é o homem a causa de sua salvação. O
ser humano não se salva por seus méritos e obras. As boas obras são uma
resposta ao amor e à ação de Deus. São sinais que indicam que a graça de Deus
conseguiu penetrar e produzir frutos no coração do homem e da comunidade. Nós
nada fazemos para merecer a salvação. As nossas ações maldosas nos trazem a
condenação. Deus, porém, nos ama e salva gratuitamente.
A Palavra de Deus deste Domingo Laetare, que nos aproxima das alegrias pascais, é um profundo convite de conversão, resgatando as principais
características da criança, que geralmente perdemos quando nos tornamos
adultos: de
mentirosos voltarmos à sinceridade;
de fingidos voltarmos à espontaneidade
e de maliciosos voltarmos à pureza!
Desejando-lhes abençoada Semana da Alegria, com ternura e
gratidão, o abraço amigo e fiel,
Pe. Gilberto Kasper
(Ler: 2 Cr
36,14-16.19-23; Sl 136(137); Ef 2,4-10 e Jo 3,14-21).
Fontes: Liturgia Diária da Paulus de
Março de 2018, pp. 40-42 e Roteiros Homiléticos da CNBB para a Quaresma de 2018,
pp. 24-26.
Nenhum comentário:
Postar um comentário