COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS
TERCEIRO
DOMINGO DO TEMPO COMUM
Meus
queridos Amigos e Irmãos na Fé!
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Um dos nossos limites humanos é o Tempo ao lado do espaço. A Palavra de Deus do Terceiro Domingo do Tempo Comum nos conclama a refletirmos sobre o tempo que nos é
dado como dom gratuito de Deus!
Geralmente tendemos deixar para
depois, para amanhã, aquilo que deveríamos realizar hoje, agora. A profecia de
Jonas mostra o Profeta a caminho de Nínive, a fim de convencê-la à conversão. Jonas, dócil à
vontade do Senhor, não espera, faz logo o que o Senhor Deus lhe pede. O resultado da docilidade do Profeta
tem consequências positivas. Os frutos da conversão de Nínive lhe são saborosos
e ele sente-se realizado em sua missão profética.
Também Jesus caminha. Segue para a Galileia anunciando o
fulcro e sua missão: o tempo e o Reino de Deus que está próximo, como lemos no evangelho de São Marcos. Para que
se perceba tal maravilha, é necessária a conversão, ou seja, a mudança de vida; mudando tudo aquilo que impede a
pessoa de perceber que o tempo de Deus nem sempre é nosso tempo, que a vontade de Deus nem sempre é nossa vontade, mas que uma coisa é segura: o Reino de Deus já é uma realidade
entre nós.
Para cumprir com seu ministério,
Jesus, após convidar os primeiros, continua formando seu colégio apostólico. A
proposta é desafiadora: deixar tudo e seguir Jesus. Mas deixar tudo mesmo! Eis a proposta à vocação específica. Esvaziar-se de si
mesmo, deixar projetos pessoais e uma vez discernido o Projeto Missionário de Jesus, deixar tudo para
tornar-se um verdadeiro discípulo! Certamente isso não é tão simples como parece. Carece novamente
de um tempo de discernimento. Carece,
também, de coragem, coerência, transparência, ousadia e total despojamento.
Muitos pensam que tem vocação, mas não conseguem desprender-se de seus projetos
pessoais. Outros ainda, se utilizam ilicitamente, ou se apropriam do ministério
ordenado, como trampolim para alcançar êxito, sucesso e prestígio social. Esses
se tornam naturalmente um verdadeiro desastre e, muitas vezes, fazem grandes
estragos na Igreja do Senhor, surrando e enxotando pessoas das Comunidades,
especialmente as que não concordam com tudo que tentam lhes impor. Daí a
necessidade de uma profunda espiritualidade presbiteral, pastoral, eclesial e
nem por último, pessoal!
Nem todos sobrevivem aos
desafios de nossa sociedade hoje. Quem estiver desprovido de uma profunda
espiritualidade, configurada com a do Mestre, não consegue ser um verdadeiro discípulo e missionário na Igreja de Jesus.
São Paulo também adverte a Comunidade de Corinto, em sua primeira
Carta, que o tempo é breve. As coisas deste mundo, nós inclusive, passam. Mas a
Palavra de Deus, seu Reino não passa. É, portanto, urgente, que sejamos
melhores hoje do que ontem. Quando enchemos nossas Igrejas com multidões de
pessoas, saindo porta afora chorando e emocionadas com nossas celebrações,
devemos estar atentos se realmente nossos fiéis saem cheios de Deus ou de nós,
ministros e agentes de pastoral? É necessário que haja compromisso com o Reino
de Deus anunciado por Jesus Cristo, que é um reino de Justiça. Logo, onde não
há justiça, não há Reino de Deus.
Saibamos ser sempre coerentes entre o que pensamos, falamos (rezamos) e fazemos. Só então, a
autenticidade de nosso discipulado e missionariedade serão agradáveis ao Senhor.
Saibamos permitir que o Senhor nos ajude em nossa conversão, a fim
de seguirmos com generosidade e alegria o projeto do Reino de Deus que já está
entre nós!
Há quem diga que tempo é questão de prioridade! Gosto de
acrescentar a esta afirmação, de que precisamos estabelecer prioridades em nossas
relações, e para a criatura humana, não é concebível que nosso tesouro prioritário não seja nosso Deus e Senhor!
Saibamos
administrar o dom precioso do tempo que o Senhor da Vida nos concede. Saibamos
viver a ternura humana com sabor divino!
Pe. Gilberto Kasper
(Ler Jn
3,1-5.10; Sl 24 (25); 1 Cor 7,29-31 e Mc 1,14-20)
Fontes: Liturgia Diária da Paulus de
Janeiro de 2018, pp. 67-70 e Roteiros Homiléticos da CNBB do Tempo Comum
(Janeiro de 2018), pp. 45-50.
Saibam
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