COMENTANDO A
PALAVRA DE DEUS
SOLENIDADE DO NATAL DO SENHOR
Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
“Alegremo-nos todos no Senhor:
Hoje nasceu o Salvador do mundo,
Desceu do céu a verdadeira paz!”(Sl 2,7).
ANÚNCIO NATALINO
“Transcorridos muitos
séculos desde que Deus criou o mundo
e fez o homem à sua
imagem,JESUS CRISTO DEUS ETERNO E FILHO DO ETERNO PAI,
querendo santificar
o mundo com a sua vinda,
foi concebido
por obra do Espírito Santo e se fez homem; transcorridos
nove meses nasceu da Virgem Maria em Belém de Judá.Eis o Natal de Nosso Senhor
Jesus Cristo segundo a natureza humana.Venham, adoremos o Salvador.Ele é
Emanuel, Deus Conosco.”
(Cf. Diretório da Liturgia da
CNBB de 2017, p. 40).
Nosso
Comentário da Palavra da Solenidade do Natal do Senhor, tentará,
resumidamente abordar as Celebrações da Noite do dia 24 e do Dia 25 de
Dezembro!,
Procurar
Por isso, exultemos
todos no Senhor: nasceu o salvador do mundo, do céu desceu a verdadeira paz e
felicidade. Na fragilidade da criança, contemplamos a revelação de Deus na
história da humanidade. Deus se encarna no humano para nos tornar mais divinos.
Todos somos convidados a formar coro com os anjos: glória a Deus no mais alto
dos céus e paz na terra às pessoas de boa vontade. Jesus chegou até nós, trazendo-nos a salvação. Chegou a salvação
dos pobres e oprimidos (Is 9,1-6). Por meio de Jesus, Deus entra na
história da humanidade para dela fazer parte (Lc 2,1-14). A graça de Deus traz salvação a
toda a humanidade (Tt 2,11-14).
Cristo, que nasce pobre em Belém, está
entre nós na simplicidade do pão que compartilhamos, dando graças ao Pai. Com
Maria e os pastores, reconheçamos e adoremos nosso Senhor.
As promessas de Deus se cumprem: um
menino nasceu para nós; ele é o príncipe da paz e a luz que brilha para o
mundo, afastando toda treva. Na fragilidade da criança, Deus se torna presente
em nosso meio. A palavra se fez pessoa e veio morar junto conosco.
A luz se manifestou para iluminar os
caminhos da humanidade, que anseia por paz e fraternidade. Acolhamos com
alegria a palavra de Deus, força de vida e salvação. Deus vem trazer-nos paz e
salvação. A palavra de Deus torna-se carne e habita entre nós. Ele nos fala
diretamente por meio de seu Filho.
Louvemos o Pai porque, com a
encarnação de seu Filho, possibilita o encontro do divino com o humano. A
palavra eterna do amor de Deus se fez homem, e nós vimos brilhar a sua luz.
Gosto muito da frase que se pronuncia,
geralmente em voz baixa, durante o canto da preparação das oferendas na Missa,
enquanto se coloca uma gota de água no cálice de vinho: “Pelo mistério desta água e
deste vinho, possamos participar da divindade do vosso Filho, que se dignou
assumir a nossa humanidade”. Penso que esta afirmação
deveria ser dita em voz alta, pois sintetiza o evento do Natal do Senhor! Nossa
participação de toda a História da Salvação é apenas uma gotinha de água, o
mínimo, unicamente o esforço por acolher A palavra de Deus que se faz Pessoa igualzinha a nós em tudo, menos no pecado, remetendo-nos ao mais
profundo conhecimento de Deus, na meiguice de um recém-nascido. Todo o resto
Deus mesmo realiza em nós, na medida em que o permitimos agir.
A Natividade de Jesus é uma festa antiga. Esta celebração deita suas raízes na
veneração da gruta em que o Senhor nasceu. No rito romano, como liturgia
orgânica e já instituída somente tem-se notícia a partir do século IV, quando
aparece pela primeira vez a data de 25 de dezembro, segundo os testemunhos de
um antigo documento chamado Cronógrafo
Romano.
O que se celebra nesta liturgia é bem
mais do que o aniversário do nascimento histórico de Jesus. É, em suma, a
celebração de sua Páscoa vista sob a perspectiva de sua entrada no horizonte da
história humana de modo inaudito e admirável, como sugere a bucólica cena do
nascimento narrado no Evangelho de Lucas. Embora se possa (e deva!) localizar
os feitos maravilhosos do Senhor no âmbito da história humana, que o ocidente
convencionou consignar em “passado – presente – futuro”, a ação divina sempre
precede e supera os nossos limites temporais e espaciais. Por isso, a liturgia
divina quando celebrada se torna uma espécie de parêntesis no tempo
cronológico, como momento da história da salvação que nos alcança aqui e agora,
um acontecimento que deve ser lembrado em todo tempo e lugar.
A celebração da Natividade do Senhor é festa de sua
manifestação na carne, isto é, Deus vindo ao encontro da humanidade como pessoa
humana: “sob véus
de humildade podemos ver” o Deus invisível e eternal grandeza
(Adeste Fidelis –
Cristãos, vinde todos).
Para Agostinho, no século V, a
celebração do Natal do Senhor não tinha sentido de sacramento, era a recordação da Natividade de Jesus. Para o bispo de
Hipona, o único sacramento era a Páscoa, pela qual os seres
humanos e a criação inteira tinham sido reintegrados à sua origem, que é o
próprio Deus, sumo bem. Será Leão Magno, no mesmo século e alguns anos mais
tarde quem encontrará o sentido mistérico e por isso, sacramental, do Natal do Senhor. Para ele, a Natividade, celebração da
encarnação do Verbo, está intimamente ligada à Páscoa. É seu início, pois,
quando a Igreja celebra esta solenidade, comemora o aspecto do novo nascimento
dos fiéis para uma vida redimida: “No momento em que vosso Filho assume nossa fraqueza, a natureza
humana recebe uma incomparável dignidade: ao tornar-se um de nós, nós nos
tornamos eternos”. Fica evidenciado o aspecto sacramental e pascal do Natal do Senhor.
Gosto de pensar como Deus dribla a humanidade, nascendo numa
manjedoura, entre animais. Como se não bastasse, se permite anunciado em
primeiro lugar aos mais simples dos simples: os pastores, durante uma fria madrugada.
Talvez os únicos acordados naquela noite. Certamente os mais sensíveis e talvez
os mais disponíveis para ouvir o jubiloso anúncio dos Anjos: “Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens de boa
vontade”, isto é, aos homens e mulheres de coração aberto para acolher, como que uma
“manjedoura”, um recém-nascido envolvo em panos, Emanuel, o DEUS CONOSCO, a meiguice e fragilidade de um bebê. Simplesmente uma criança. Isto
me convence que Deus é muito mais simples
do que O complicamos! Basta estar
aberto, atento, ser hospitaleiro e acolhedor. Basta ler a face do Senhor no
semblante do Outro!
Feliz e santo Natal a todos!
Pe. Gilberto Kasper
(Ler Is
52,7-10; Sl 97(98); Hb 1,1-6 e Jo 1,1-18).
Fontes: Liturgia Diária da Paulus de
Dezembro de 2017, pp. 79-87 e Roteiros Homiléticos da CNBB para o Tempo do
Natal (Dezembro de 2017), pp.21-23.
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