O NATAL E A SAGRADA
FAMÍLIA!
Pe.
Gilberto Kasper
Mestre
em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em
Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente e Coordenador da
Teologia na Faculdade de Ribeirão Preto da UNIVERSIDADE BRASIL e UNIESP S.A., Assistente
Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Assessor da Pastoral da
Comunicação e Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de
Ribeirão Preto e Jornalista.
Na
oitava do Natal, celebramos, com sabor de Ano Nacional do Laicato, O
Natal e a Sagrada Família! O Natal perdeu muito de seu verdadeiro
sentido. Há 50 anos, antes de entrarmos para a era do pós-industrialismo e seu
laicismo pragmático e materialista, pelo menos 80 em cada 100 lares tinham ao
menos um Menino Jesus e uma Sagrada
Família num cantinho da sala. O Natal era um momento significativo para o
crescimento na fé. E o centro desta celebração era a pessoa frágil e indefesa
do Menino Jesus. Era muito importante entender Seu nascimento.
Nos
tempos atuais, pelo menos 98% das lojas tem um Papai Noel. Nas vitrines
enfeitadas, Jesus não entra. A Festa do Natal deixou de ser do Menino de Belém
para se tornar daquele que tem coisas para dar às crianças ou aos amigos. Ser
não é importante. Ter ficou mais importante: coisa típica do industrialismo
materialista. Perdeu o grupo, o coletivo e venceu o individualista, o opulento,
o velho (Papai Noel) que tem e dá.
Para a
Igreja, o Batismo é um desafio. É nascer em Jesus e assumir o seu projeto de
vida e liberdade para todos. É andar, pensar, amar e orar com Jesus. É nascer
de novo e ir renascendo a cada dia. E viver o compromisso de fé decorrente do
Batismo. Eis a proposta central do Ano Nacional do Laicato!
O
Natal insere-se nessa mística. Acontece que a morte tem sido institucionalizada
no triste contexto da civilização das ogivas nucleares, do macro mercado, dos
macro marginais, do crime internacional, da corrupção tão devastada entre os
representantes legítimos do povo, dos juros extorsivos, da morte mais
eficiente, da produção que se perde e do 1,2 bilhão de famintos e miseráveis.
Os
meios de comunicação encarregam-se de difundir a cultura da morte com milhares
de cenas violentas dos Robocops, Rambos, etc. A morte diverte e vende mais.
O
nascimento de um bebê dá menos ibope do que um acidente que fere e mata. A vida
está menos importante num mundo que destrói mares, florestas e nações sem o
menor escrúpulo.
Festejar
o Natal nesse tipo de mundo supõe uma profissão de fé na vida e no Autor dela.
Devolver o Natal às famílias e lutar para que não fique circunscrito às Igrejas
são tarefas desafiadoras. O Natal descristianizou-se e nós permitimos isso.
Papai Noel ocupou o espaço social, econômico, político e até religioso que era
de Jesus. Os cristãos perderam o marketing.
No Natal, fala-se mais de Papai Noel do que de Jesus.
Nós e
nossas Famílias podemos mudar isso! Se colocarmos os símbolos certos em nossas
casas. Se crermos em Jesus. Ele tem de aparecer mais do que o Papai Noel. Mais
ainda: deverá ser percebido em nossas relações humanas de amor e de ternura,
como é O Natal e a Sagrada Família!
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