O NATAL É DE JESUS, NÓS SOMOS OS CONVIDADOS!
Pe.
Gilberto Kasper
Mestre
em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em
Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente e Coordenador da
Teologia na Faculdade de Ribeirão Preto da UNIVERSIDADE BRASIL/UNIESP S.A., Assistente
Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Assessor da Pastoral da
Comunicação e Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de
Ribeirão Preto e Jornalista.
O Natal deste ano vem revestido da graça do Ano Nacional dos Leigos. Porém, ainda ressoa em nossos corações o
Ano Nacional Mariano, que nos enriqueceu com o exemplo daquela que foi chamada
a “Estrela da Evangelização” pelo
Beato Papa Paulo VI. Se O Natal é de Jesus, nós somos os Convidados,
que presente levar ao aniversariante seja à manjedoura decantada na Noite Feliz, seja ao altar celebrando-O na Eucaristia? O que
Jesus espera de nós, Clérigos e Leigos neste Natal? Aprendamos daquela que se
tornou o porta-joias do Salvador do mundo!
É na
figura e na disponibilidade de Maria que aprendemos a ser porta-joias de Jesus,
engravidando-nos d'Ele. Deus nos dribla em todo o seu projeto salvífico:
escolhe o seio de uma insignificante e desconhecida pela sociedade elitizada de
sua época, Menina, de uma também desinteressante cidadezinha, chamada Nazaré.
Uma leiga
sem grande destaque ou prestígio entre as famílias de seu tempo. Era
economicamente bem pobre!
Ainda
hoje, quando a filha da vizinha engravida antes do casamento, nossa cultura
ocidental critica e fala mal. Infelizmente somos ainda, uma sociedade hipócrita
e medíocre. Posso muito bem imaginar a situação de Maria em Nazaré: noiva de
José, grávida do Espírito Santo; era realmente demais a ser compreendido assim,
num toque de mágica, até mesmo porque Deus não é mágico. Qualquer moça no lugar
de Maria ficaria esperando as reverências da mulher mais importante do mundo:
afinal seria a mãe do próprio Deus! Mas não foi isso que nos quis ensinar a
História da Salvação.
Maria
sabendo através do Anjo Gabriel, que da esterilidade e da velhice nasceria uma
vida: a de João Batista dirigiu-se apressadamente
às montanhas de Judá, para servir sua
prima Isabel, grávida de seis meses. O encontro dessas duas mulheres e a
saudação das duas crianças, ainda no útero de cada mãe, simplesmente me
encantam e incentivam-me a querer ser o porta-joias de Jesus! Este encontro e a
saudação de ambas nos garantem valores que brotam da pequenez e do
insignificante aos olhos da sociedade. Mostram-nos que é a solidariedade
verdadeira, que leva alegria e esperança aos preferidos de Deus, os mais
pobrezinhos de ontem e de hoje.
Uma
família muito cristã costumava convidar o Pároco para o almoço de Natal. Após
um desses almoços, a dona da casa percebeu que faltava um garfo de prata,
utilizado somente para almoços festivos, como o do Natal. Logo pensou: “O Padre levou nosso garfo”. No ano
seguinte, não se contendo, a mesma senhora perguntou espontaneamente ao Pároco:
“Padre, o senhor roubou um de nossos
garfos no almoço do Natal no ano passado”? O padre respondeu: “Não minha cara senhora, eu deixei o garfo
dentro da Bíblia, bem na página do Evangelho que narra o nascimento de Jesus”.
Que
este Natal no Ano Nacional dos Leigos nos incentive à Palavra Orante da Sagrada
Escritura, para vivermos mais intimamente com o próprio Cristo que se convida a
estar conosco todos os dias do novo ano que desponta! E assim, com Ele entre
nós, seremos “sal da terra e luz do mundo”
(cf. Mt 5,13-14).
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