COMENTANDO A
PALAVRA DE DEUS
SOLENIDADE DA SAGRADA FAMÍLIA
Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
“Que a paz de Cristo reine
em vossos corações
e ricamente habite em vós
sua palavra!”(Cl 3,15s).
Como é bom celebrarmos a Solenidade da
Sagrada Família diante de uma das grandes
preocupações do Santo Padre o Papa Francisco e de nosso amado Arcebispo
Metropolitano, Dom Moacir Silva, A Família!
Neste dia
da Sagrada Família, celebramos em comunhão com todas as nossas famílias. Elas são
convidadas a imitar e encarnar os valores propostos pela família de Jesus, Maria e José. A Sagrada Família é exemplo de obediência à vontade de Deus.
A liturgia da palavra nos mostra o
projeto de Deus para nossas famílias. Acolher a palavra significa deixar-nos
iluminar por ela e traçar nossos caminhos segundo sua proposta.
ORAÇÃO
PELAS FAMÍLIAS
Deus
nosso Pai, vós quisestes habitar numa família humana.
Abençoai os pais, as mães e os filhos.
Afastai de nossas famílias todos os
males.
Ajudai-nos a promover nas famílias,
em todos os lares de nosso país,
os sentimentos e os propósitos de união,
amor generoso, fidelidade permanente e
perseverança constante na vossa graça.
Por Cristo, nosso Senhor. Amém.
(cf. Liturgia Diária da
Paulus de Dezembro de 2017, p.100).
A Solenidade do Natal do
Senhor se prolonga e se desdobra em várias
comemorações que ajudam a aprofundar o mistério da encarnação. Todas essas, em
íntima conexão com o nascimento do Filho de Deus, revelam aspectos importantes
de um único acontecimento: Deus se fez um de nós. É dentro deste horizonte que se situa a Festa da Sagrada Família. No
Evangelho, Maria e José se encaminham para Jerusalém a fim de cumprir os
preceitos da lei: apresentar o primogênito, oferecer sacrifícios, purificar a
mãe... O Filho de Deus nasceu sujeito à lei, para resgatar aqueles que estavam
submetidos à lei (cf.
Gl 4,4). Significa dizer: Deus vem ao encontro da vida humana por inteiro,
não se isentando de participar de nada, somente do pecado, para, em
contrapartida conceder a todos a participação na vida divina. Os antigos
chamavam isso de sacrum comercium,
isto é, sagrado comércio, ou divina troca: Deus entra em comunhão com a vida
humana para possibilitar aos seres humanos entrar em comunhão com a vida
divina. Lembremos-nos da gotinha de água (nossa mínima participação) misturada
ao vinho no cálice (a máxima ação de Deus) na Preparação das Oferendas: “Pelo
mistério desta água e deste vinho possamos participar da divindade de vosso
Filho, que se dignou assumir nossa humanidade”.
Maria e José, os pais de Jesus, levam
ao templo, lugar de encontro religioso com Deus, duas pombinhas. É a oferenda
dos pobres, a expressão religiosa de sua condição e pequenez. É no meio dessa
situação onde se situa o Filho de Deus. Na comunicação de dons a humanidade oferece aquilo que tem:
fragilidade, pobreza, pequenez... Já Deus escolheu se encontrar com a
humanidade no seio da família, é esse o lugar do encontro, profundamente humano e existencial,
com a obra preferida de suas mãos. A nós ele oferece o seu Filho. A humanidade,
figurada por Maria e José, Simeão e Ana, acolhe Jesus, que na economia da Nova
Aliança vai salvar a humanidade do pecado e da morte.
Mas é no contexto litúrgico que se
torna decisivo para a compreensão dos textos bíblicos: a Sagrada Família é a “lente
hermenêutica” proposta pelos textos eucológicos desta festa. A ela acorrem os
pastores. É ela modelo de amor e de virtude para nossas famílias, bem como
intercessora em favor das famílias que celebram o sacrifício de reconciliação.
Mas a virtude e a piedade conduzem ao mistério da Igreja. As famílias
terrestres, valor inestimável para as nossas comunidades, são sinais de outras
realidades: a comunhão entre os irmãos e a comunhão com Deus que nos foi
alcançada por Jesus. Os laços de amor aqui vividos no ambiente familiar,
conduzem os fiéis às alegrias da casa de Deus. As famílias são firmadas na
graça divina, e por intercessão de José e da Virgem, conservadas na paz de
Deus.
A graça e a paz nos foram comunicadas
no mistério de Cristo. Por sinal, esta é uma das saudações mais frequentes do
início de nossas celebrações (cf. 1 Cor 1,3). As comunidades celebram
periodicamente pedindo, como família cristã, pelas mesmas coisas que a liturgia desta festa suplica para as
nossas famílias. A comunhão da Igreja encontra seu reflexo nos lares e
vice-versa. Não é por acaso que, por longa tradição, os fiéis se nomeiam
“irmãos e irmãs” uns dos outros, pois
todos foram irmanados em Cristo, aquele que conviveu com os homens. A comunhão
sacramental nos refaz para os embates da vida e nos associa à Sagrada Família.
Enquanto a Cultura da
Sobrevivência coloca a Família de bruços, engolindo-a com o tripé de contra valores: o consumismo, o hedonismo e o
individualismo, a Solenidade da Sagrada
Família nos conclama e incentiva a
reerguê-la, devolvendo-lhe a necessária dignidade humana! Saibamos, a
partir desta solenidade, reencontrar meios para ancorar nossa Família em valores essenciais, como o amor gratuito, a verdade, a justiça e a liberdade!
Desejando-lhes
abençoado Ano de 2018, nossa ternura,
gratidão e abraço cheio de novas esperanças!
Pe. Gilberto Kasper
(Ler Eclo
3,3-7.14-17; Sl 127(128); Col 3,12-21 e Lc 2,22-40).
Fontes: Liturgia Diária da Paulus de
Dezembro de 2017, pp. 97-100 e Roteiros Homiléticos da CNBB para o Tempo do
Natal (Dezembro de 2017), pp. 24-28.
Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
“Que a paz de Cristo reine
em vossos corações
e ricamente habite em vós
sua palavra!”(Cl 3,15s).
Como é bom celebrarmos a Solenidade da
Sagrada Família diante de uma das grandes
preocupações do Santo Padre o Papa Francisco e de nosso amado Arcebispo
Metropolitano, Dom Moacir Silva, A Família!
Neste dia
da Sagrada Família, celebramos em comunhão com todas as nossas famílias. Elas são
convidadas a imitar e encarnar os valores propostos pela família de Jesus, Maria e José. A Sagrada Família é exemplo de obediência à vontade de Deus.
A liturgia da palavra nos mostra o
projeto de Deus para nossas famílias. Acolher a palavra significa deixar-nos
iluminar por ela e traçar nossos caminhos segundo sua proposta.
ORAÇÃO
PELAS FAMÍLIAS
Deus
nosso Pai, vós quisestes habitar numa família humana.
Abençoai os pais, as mães e os filhos.
Afastai de nossas famílias todos os
males.
Ajudai-nos a promover nas famílias,
em todos os lares de nosso país,
os sentimentos e os propósitos de união,
amor generoso, fidelidade permanente e
perseverança constante na vossa graça.
Por Cristo, nosso Senhor. Amém.
(cf. Liturgia Diária da
Paulus de Dezembro de 2017, p.100).
A Solenidade do Natal do
Senhor se prolonga e se desdobra em várias
comemorações que ajudam a aprofundar o mistério da encarnação. Todas essas, em
íntima conexão com o nascimento do Filho de Deus, revelam aspectos importantes
de um único acontecimento: Deus se fez um de nós. É dentro deste horizonte que se situa a Festa da Sagrada Família. No
Evangelho, Maria e José se encaminham para Jerusalém a fim de cumprir os
preceitos da lei: apresentar o primogênito, oferecer sacrifícios, purificar a
mãe... O Filho de Deus nasceu sujeito à lei, para resgatar aqueles que estavam
submetidos à lei (cf.
Gl 4,4). Significa dizer: Deus vem ao encontro da vida humana por inteiro,
não se isentando de participar de nada, somente do pecado, para, em
contrapartida conceder a todos a participação na vida divina. Os antigos
chamavam isso de sacrum comercium,
isto é, sagrado comércio, ou divina troca: Deus entra em comunhão com a vida
humana para possibilitar aos seres humanos entrar em comunhão com a vida
divina. Lembremos-nos da gotinha de água (nossa mínima participação) misturada
ao vinho no cálice (a máxima ação de Deus) na Preparação das Oferendas: “Pelo
mistério desta água e deste vinho possamos participar da divindade de vosso
Filho, que se dignou assumir nossa humanidade”.
Maria e José, os pais de Jesus, levam
ao templo, lugar de encontro religioso com Deus, duas pombinhas. É a oferenda
dos pobres, a expressão religiosa de sua condição e pequenez. É no meio dessa
situação onde se situa o Filho de Deus. Na comunicação de dons a humanidade oferece aquilo que tem:
fragilidade, pobreza, pequenez... Já Deus escolheu se encontrar com a
humanidade no seio da família, é esse o lugar do encontro, profundamente humano e existencial,
com a obra preferida de suas mãos. A nós ele oferece o seu Filho. A humanidade,
figurada por Maria e José, Simeão e Ana, acolhe Jesus, que na economia da Nova
Aliança vai salvar a humanidade do pecado e da morte.
Mas é no contexto litúrgico que se
torna decisivo para a compreensão dos textos bíblicos: a Sagrada Família é a “lente
hermenêutica” proposta pelos textos eucológicos desta festa. A ela acorrem os
pastores. É ela modelo de amor e de virtude para nossas famílias, bem como
intercessora em favor das famílias que celebram o sacrifício de reconciliação.
Mas a virtude e a piedade conduzem ao mistério da Igreja. As famílias
terrestres, valor inestimável para as nossas comunidades, são sinais de outras
realidades: a comunhão entre os irmãos e a comunhão com Deus que nos foi
alcançada por Jesus. Os laços de amor aqui vividos no ambiente familiar,
conduzem os fiéis às alegrias da casa de Deus. As famílias são firmadas na
graça divina, e por intercessão de José e da Virgem, conservadas na paz de
Deus.
A graça e a paz nos foram comunicadas
no mistério de Cristo. Por sinal, esta é uma das saudações mais frequentes do
início de nossas celebrações (cf. 1 Cor 1,3). As comunidades celebram
periodicamente pedindo, como família cristã, pelas mesmas coisas que a liturgia desta festa suplica para as
nossas famílias. A comunhão da Igreja encontra seu reflexo nos lares e
vice-versa. Não é por acaso que, por longa tradição, os fiéis se nomeiam
“irmãos e irmãs” uns dos outros, pois
todos foram irmanados em Cristo, aquele que conviveu com os homens. A comunhão
sacramental nos refaz para os embates da vida e nos associa à Sagrada Família.
Enquanto a Cultura da
Sobrevivência coloca a Família de bruços, engolindo-a com o tripé de contra valores: o consumismo, o hedonismo e o
individualismo, a Solenidade da Sagrada
Família nos conclama e incentiva a
reerguê-la, devolvendo-lhe a necessária dignidade humana! Saibamos, a
partir desta solenidade, reencontrar meios para ancorar nossa Família em valores essenciais, como o amor gratuito, a verdade, a justiça e a liberdade!
Desejando-lhes
abençoado Ano de 2018, nossa ternura,
gratidão e abraço cheio de novas esperanças!
Pe. Gilberto Kasper
(Ler Eclo
3,3-7.14-17; Sl 127(128); Col 3,12-21 e Lc 2,22-40).
Fontes: Liturgia Diária da Paulus de
Dezembro de 2017, pp. 97-100 e Roteiros Homiléticos da CNBB para o Tempo do
Natal (Dezembro de 2017), pp. 24-28.
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