COMENTANDO A
PALAVRA DE DEUS
SEGUNDO
DOMINGO DO ADVENTO
Meus queridos
Amigos e Irmãos na Fé!
“Povo de Sião, o Senhor vem para salvar as nações!
E, na alegria do vosso coração,
soará majestosa a sua voz” (Is 30,19.30).
A palavrinha que poderia sintetizar a Liturgia do Segundo Domingo do Advento é CONVERSÃO, sendo seus
protagonistas os Profetas Isaías e João Batista.
Somos
responsáveis pela vinda do Senhor, que nos traz sua proposta de paz e salvação.
O profeta Isaías e João Batista nos convidam a preparar os
caminhos por onde Jesus deve passar, pois ele vai nos ajudar a construir o novo
céu e a nova terra que todos almejamos. Da alegria do nosso coração brilhará a
luz de Deus.
Todos somos responsáveis pela
preparação dos caminhos da nova humanidade redimida pela graça de Jesus.
É necessário preparar o caminho para o
Messias. João
Batista é o precursor que anuncia e apresenta o
Salvador. Deus tem tempo e dá tempo para a conversão.
Animados a preparar o caminho do
Senhor, agradeçamos a Deus porque fomos escolhidos para anunciar, na
eucaristia, a salvação já presente e em ação.
Os batizados em Cristo são novíssimas
criaturas. Trazem consigo o seu Espírito, o que significa compartilhar de seu
modo de vida, de sua palavra, de seus ensinamentos e ações. Como discípulos e
discípulas que são, têm os ouvidos abertos e os olhos atentos. Captam toda
palavra de paz dita por Deus fazendo-a reverberar nos confins da terra de modo
que ela produza frutos que possam ser colhidos e degustados (cf. o Salmo 84). São também filhos e filhas da glória de Deus, visibilidade de seu
esplendor. Sentem-se manifestação do Cristo na fidelidade a seu Evangelho.
O Tempo do Advento, da expectativa pelo Dia de Deus, nos faz assumir um itinerário de conversão, de modo que “nenhuma atividade
terrena nos impeça de correr ao encontro” do seu Filho (cf. Oração do Dia). No mundo em que vivemos, o trabalho dos cristãos se insere no
contexto de consolidação de ambientes capazes de acolher e manifestar a
presença do Senhor. Toda obra que coopera para a paz e para a justiça,
portanto, se enquadra como manifestação da bondade de Deus aos olhos fiéis ao
Evangelho. São ecos da Palavra do Senhor, vozes que se encontram em sinfonia no
cumprimento das promessas messiânicas de “novos
céus e nova terra”.
O tema da Palavra de Deus que irrompe na história humana pela boca de homens e mulheres em
todos os tempos é central no cristianismo. Diz respeito ao coração da nossa
profissão de fé.
A teologia conhece uma expressão muito
feliz recuperada pelo Papa Emérito Bento XVI em sua última Encíclica, Verbum Domini: a Vox Verbi, a voz do Verbo. Muitas são as
vozes da Palavra de Deus, é uma verdadeira
sinfonia (cf.
VD, n. 7). Participa, então, da mesma Palavra de Deus toda uma
variedade de vozes. São como “harmônicos”
do mesmo som que sai da boca do próprio Deus. Vibrações várias da única Palavra que os cristãos reconhecem
encarnada em Jesus de Nazaré, confessado como Senhor e Messias.
No tempo de João Batista, precursor do
Messias, as pessoas souberam reconhecê-lo em sua relação com a Palavra de Deus, a ponto de o
identificarem com ela. Na verdade, João Batista é uma das “vozes” do Verbo de Deus. Quando o povo de
Deus celebra reunido em assembleia, é educado na percepção destas “variantes” da voz divina, enraizada,
porém, na única Palavra de Salvação. Em tudo e todos se escuta a voz de Cristo.
Tudo quanto colabora para preparar um
ambiente propício à sua manifestação é bem vindo e bem quisto. Seja de dentro
da Igreja ou de fora dela. Não importa, pois o mais importante é “o que o Senhor irá falar: é a paz que ele
vai anunciar”.
Esta Segunda Semana
do Advento nos propõe, enfim, a arrumação, a
faxina, a limpeza interior. Uma das riquezas deste rico tempo de alegre
esperança são os Mutirões de Confissões que acontecem em nossas Comunidades. O Sacramento da
Reconciliação tem sido valorizado a cada ano mais, tanto no Advento como na Quaresma! A Confissão que nos prepara
melhor para celebrarmos o Natal do Senhor nos devolve, nesse processo de conversão, a PAZ que o
pecado nos rouba. Possa o Senhor encontrar em nossos corações, aconchegantes
manjedouras que não cheirem mal, mas exalem os perfumes angelicais de pessoas
que se esforçam por um mundo mais digno e menos oco de Deus.
Ainda, possam nossos Presépios
montados em residências, igrejas e em todos os lugares, ressaltar a
protagonista central do Natal de Jesus: a Família! Se tirarmos a Família de nossos Presépios, sobram tão somente
animais e cheiro de feno. Não caiamos na tentação de subtrair a Família do
Presépio do Mundo. Deus gostou e achou tão bonita a Família, que também Ele
quis uma para si. “Que a Família comece e termine sabendo aonde vai...” (Pe. Zezinho, Oração da Família).
Desejando-lhes
abundantes bênçãos, com ternura e gratidão, o abraço amigo,
Pe. Gilberto Kasper
(Ler Is
40,1-5.9-11; Sl 84(85); 2 Pd 3,8-14 e Mc 1,1-8).
Fontes: Liturgia Diária da Paulus de
Dezembro de 2017, pp. 40-43 e Roteiros Homiléticos da CNBB para o Tempo do
Advento (Dezembro de 2017), pp. 11-13.
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