COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS
TRIGÉSIMO
TERCEIRO DOMINGO DO TEMPO COMUM
DIA MUNDIAL
DOS POBRES
“
Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
“Meus pensamentos são de paz e não de
aflição,
diz o Senhor. Vós me invocareis,
e hei de escutar-vos, e vos trarei de vosso
cativeiro,
de onde estiverdes” (Jr 29,11s.14).
A Palavra de Deus
do Trigésimo-Terceiro Domingo do Tempo Comum, apresenta-nos a Parábola dos Talentos. Atraídos por Jesus,
reunimo-nos para celebrar a sua páscoa, pedindo-lhe que nos torne comunidade
vigilante e responsável na administração dos dons que Deus nos concede. Participando
da alegria do Senhor, queremos ouvir dele: “Empregado bom e fiel, eu lhe confiarei muito mais”.
Deus concede às pessoas muitos dons. Sua Palavra nos convida a ser
habilidosos e vigilantes para administrar esses dons e fazê-los frutificar para o
bem de todos.
A mulher virtuosa e temente a Deus é bênção para toda a
família. A vigilância verdadeira consiste em trabalhar os talentos recebidos
para construir o reino de Deus. A vigilância cristã deve ser contínua.
Neste domingo da 1ª Jornada Mundial dos Pobres, o Papa Francisco nos
encoraja a estender as mãos aos pobres e olhar com compromisso a realidade da
pobreza que é fruto da injustiça.
A primeira leitura deste domingo faz o elogio de uma mulher
ideal, exemplo de pessoa sábia: sua administração e sabedoria são completas. É
a sabedoria em ação;
o homem depende dela; tem capacidade para os negócios; ela é o contrário da
pessoa preguiçosa, insensata e sem responsabilidade de que o Evangelho nos
fala.
A mulher aqui descrita é a personificação da sabedoria. Sabedoria
significa o sentido que damos à vida e a tudo que a partir dela
realizamos. O sentido da vida passa a ser a nossa esposa-companheira-ideal,
capaz de recriar, colocar sabor àquilo que faz parte do nosso dia-a-dia. Essa
mulher é inspiração e fama do marido, na cidade e na comunidade, mãe zelosa dos
filhos que somos nós nas labutas diárias. O marido e os filhos são discípulos
da sabedoria, aceitam os ensinamentos da Lei,
dos Profetas e dos Sapienciais.
Não devemos dormir, mas permanecer vigilantes e sóbrios.
Isso significa vigiar e vigiar é abandonar os ídolos que envolvem a sociedade
na noite da injustiça e entrar no coração do Reino que comporta uma prática de
serviço no culto ao Deus verdadeiro.
É preciso estar atento à leitura e compreensão do
Evangelho. Quem é o homem que vai fazer uma longa viagem? Quem são os servos? O
que significa a entrega dos talentos?
Em que consiste a prestação de contas?
O patrão da parábola é o próprio Deus. Ele nos confiou seus
bens, a cada um conforme sua capacidade. A um deu cinco, a outro dois e ao
outro um talento.
A parábola mostra a grandeza e a fragilidade de Deus. Sua
grandeza está em nos entregar seus bens. Nada retém para si. Tudo é entregue.
Sua fragilidade é confiar em nós, que podemos desperdiçar toda a sua riqueza.
Deus arrisca perder confiando em nós. Sua fragilidade ressalta sua grandeza e
bondade.
A Palavra de Deus
deste domingo nos convida a viver como filhos da sabedoria,
da luz e do dia.
Impele-nos a entrar na luta com coragem e responsabilidade para que o Reino de
Deus cresça neste mundo. Não desperdicemos os talentos,
que são de Deus, a nós entregues em confiança.
O Senhor nos pergunta pelo sentido que damos para a nossa
vida e o que dela fazemos na perspectiva da chegada do Reino de Deus. Essa
avaliação acontece no encontro pessoal com ele. Não devemos ter medo dele nem
considerá-lo um homem severo, mas que nos confia uma missão e não faz as coisas
por nós nem assume as nossas tarefas.
Somos convidados a rever o compromisso,
a missionariedade e o discipulado
de nossas Comunidades. Tanto os ministros ordenados, como os
agentes de pastoral não tem direito de “enterrar” os talentos
que o Senhor lhes confiou. A Religião Católica é uma das mais “liberais” do
mundo. Não podemos mais aceitar, à luz do Concílio Ecumênico Vaticano II, da
Conferência Episcopal Latino-Americana e Caribenha de Aparecida, da Evangelii Gaudium e Documento 100 da
CNBB: Comunidade de Comunidades: Uma Nova
Paróquia – A Conversão Pastoral da Paróquia, fiéis que tão somente sejam “cumpridores de preceitos”, sem profundo compromisso pastoral! Com quanta facilidade nos descompromissamos com nossas Comunidades de Fé, Oração e Amor!
Elencamos inúmeras justificativas e responsabilizamos “outros” para nossa ausência na vida eclesial.
Penso que há dois elementos a serem superados, a fim de
fazermos render os talentos que nos são
confiados para enriquecer a Igreja do Senhor: sermos menos acomodados e insensíveis,
colocando-nos mais a serviço
e valorizar os irmãos que receberam talentos,
mas são ignorados por irmãos invejosos e carreiristas: aqueles medíocres, que
têm medo de serem “ultrapassados” porque preguiçosos, enterram os próprios talentos e tentam desfazer dos talentos dos outros, por pura inveja!
Não tenho como não repetir a conversão,
a coerência e o bom
senso de: poder em serviço; de talentos em partilha e
de prestígio em humildade!
Desejando-lhes muitas bênçãos, com ternura e gratidão, o
abraço amigo,
Pe.
Gilberto Kasper
(Ler Pr
31,10-13.19-20.30-31; Sl 127(128); 1Ts 5,1-5 e Mt 25,14-30).
Fontes: Liturgia Diária da Paulus de Novembro de
2017, pp. 68-72 e Roteiros Homiléticos da CNBB do Tempo Comum II (Novembro de
2017), pp. 78-83.
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