SOLENIDADE JUBILAR DE NOSSA SENHORA APARECIDA!
Pe.
Gilberto Kasper
Mestre
em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em
Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente e Coordenador da
Teologia na Faculdade de Ribeirão Preto da UNIVERSIDADE BRASIL e UNIESP S.A., Assistente
Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Assessor da Pastoral da
Comunicação e Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de
Ribeirão Preto e Jornalista.
Os
católicos brasileiros têm uma grande relação religiosa com Maria, a mãe de
Jesus. Essa relação de piedade e devoção pode ser mais aprofundada e adquirir
um sentido evangélico bem mais intenso pela solenidade que vamos celebrar
amanhã, pois todos nós que aderimos ao projeto de Jesus somos chamados a
realizar sempre a sua vontade, mantendo a nossa esperança em suas intervenções
na história, transformando, por nossas ações, as realidades de morte em vida,
de trevas em luz, de miséria e pobreza em abundância.
A
imagem de Nossa Senhora que há 300 anos apareceu no rio Paraíba do Sul é uma
imagem de Nossa Senhora da Conceição. Festa que remete à figura de Maria como
plenificação e destino da Igreja, imagem da Igreja triunfante. Uma Igreja que,
como mãe e esposa peregrina, é chamada a fazer a vontade do seu esposo, Cristo,
o Messias.
O
aparecimento da pequena imagem foi o grande sinal do alto, sinal de Deus e de
sua intervenção em favor das súplicas dos simples e pobres. A festa aconteceu,
e a abundância foi readquirida.
Neste
dia, no Brasil, também se comemora o dia das crianças. Elas aguardam de todos
nós um sinal de um país mais justo, humano, solidário e que saiba cuidar do seu
povo com carinho e proteção. Aguardam sinais de vida, que devem ser cultivados
e promovidos já agora, para que o seu futuro seja de abundância e paz. Que a
honestidade espane do cenário de nossa rica Nação a tão sistêmica corrupção.
Gosto
sempre de imaginar a cena daquele casamento em Caná da Galileia. Deve ter sido
um casamento de pessoas simples, pobres, como humilde e pobre era Maria. Para
que Maria, Jesus e seus Discípulos fossem convidados, o casal nubente só
poderia ser pobre, já que a disparidade entre as pessoas era tamanha, que ricos
e pobres jamais se misturavam, especialmente em festas. Hoje não é muito
diferente, embora tenhamos os chamados “ricos
emergentes” ou ainda, aqueles que mesmo não sendo economicamente
privilegiados, tenham “panca de ricos”,
se juntem aos verdadeiramente ricos!
Maria,
que é mãe, perspicaz e atenta, percebe que seu filho, Jesus e seus
companheiros, os Discípulos (que eram bons de copo), estavam exagerando, e os
noivos pobres poderiam passar vergonha, já que o vinho começava a faltar. A mãe
chama o filho e o adverte que já não tem mais vinho, pedindo que avise aos
amigos “maneirarem no copo”. Jesus parece dar uma resposta ríspida, chamando
sua mãe de “Mulher”. Em outras
palavras, poderia pensar que não era problema seu. Maria, entretanto vai aos
serventes e lhes diz: “Fazei o que ele vos disser!” A
confiança no filho é maior que sua preocupação. O milagre acontece justamente
pela fé de Maria em Jesus. Da Solenidade Jubilar de Nossa Senhora
Aparecida, também nós, todos nós, podemos aprender do povo simples, de
Sul a Norte de nosso Brasil, tamanha confiança na Mãe Aparecida. Ela não nos
deixa esperando, não nos faz passar vergonha, mas intercede por nós. Porém é
preciso seguir seu pedido feito aos serventes e também a nós hoje: Fazer o que Jesus nos pede! E o que
Jesus nos pede? Que nos
amemos uns aos outros, sempre! Se nos amarmos, o mundo será muito
mais bonito, do jeito como Deus o criou e pensou para nós!
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